2.9.16

MEU PAI: ROTEIRISTA DE QUADRINHOS - LUCILA SAIDENBERG

Nesta "Chutientrevista" da série: "Meu Pai" - conheceremos Lucila - a filha do nosso "gênio" escritor: Ivan Saidenberg (1940-2009) - que nos conta um pouco da carreira dêle e relembra alguns de seus inesquecíveis textos que marcaram sua trajetória de sucesso nos quadrinhos Disney. 
Ivan nasceu em Piracicaba, interior de São Paulo. Em 1960, na Editora LaSelva - apesar de também ser desenhista - fazia os roteiros de HQs para seu irmão Luiz Saidenberg, ilustrar.
Em 1970 entrou para os Estúdios Disney (Editora Abril) e trabalhou com: Renato Canini, Waldyr Igayara e Carlos Edgard Herrero - criando vários personagens: "Morcego Vermelho", "Pena Kid", "Pena das Selvas", "Penado"(O Espirito que Desanda) como alter egos do Peninha, e o "Morcego Verde", além dos primos do Zé Carioca.
Seus roteiros eram quadrinizados por êle mesmo - facilitando o trabalho do cartunista - que assim reproduzia com fidelidade o que Saidenberg criava. Lucila talentosamente, hoje comenta todos os roteiros (Inclusive inéditos) que seu pai escreveu, num blog: "Ivan Saidenberg - Histórias Comentadas". ***Os trechos reproduzidos aqui estão resumidos. Confiram os textos originais no blog da Lucila, ok? Lucila, seja muito bem vinda ao "Chutinosaco"!


 Oi, Luiz!

Aqui está a entrevista respondida. Anexei uma foto de papai em Jerusalém no final dos anos 1980 (Inédita), e espero que sirva.
Quanto aos originais escaneados e demais imagens de quadrinhos de que precisar, você pode pegar lá no meu blog mesmo.
Eu estou justamente postando as velhas histórias recusadas pela (Editora) Abril, e todas as imagens estão em Jpeg 300 dpi. 
É só clicar nelas, e uma versão maior se abre.




1) Como e quando seu pai começou a escrever, qual foi sua primeira história em quadrinhos publicada, e como era seu processo criativo? E no convivio familiar?


R: Papai começou a inventar histórias, desenhar e escrever ainda criança, com a aprovação e apoio de seu pai, meu avô, que era engenheiro agrônomo.Ele foi desenvolvendo o dom ao longo da vida, ainda na escola e depois, fora dela.


É difícil dizer qual foi, exatamente, sua primeira HQ publicada, mas acredito que foi uma história de terror - possivelmente desenhada por seu próprio irmão, o Luiz - no início dos anos 1960.


2) No universo de Zé Carioca, onde definitivamente "abrasileirou" o personagem: nos diga como ele criou o Pedrão e o Afonsinho, e como era seu relacionamento com Renato Vinicius Canini? Poderia comentar sobre as histórias: "Os Heróis são Modestos" e "A Onça e o Valente"?




R: O Pedrão é um personagem que sempre existiu como coadjuvante sem nome, mas que papai "adotou" e "vestiu" com um nome e uma personalidade baseada na figura de um tio dele que vivia no Rio de Janeiro. 
Esse senhor era funcionário público e morava em uma casa que ficava já dentro do Jardim Botânico da cidade, com um pomar em volta,
e jaqueiras na floresta.



"Pedrão, o Fim do Mistério"








Meu tio era um funcionário público, e havia ganho do governo a permissão para viver em uma casa que ficava, para todos os efeitos, dentro do parque.
Ele era um senhor "bonachão", que adorava festas, amava uma boa feijoada e costumava hospedar o meu pai sempre que ele ia ao Rio de Janeiro em férias, desde os tempos de adolescente e até a época em que ele se casou com mamãe.
Essa casa tinha um pomar em toda a sua volta, e além disso esse meu tio-avô, que se chamava Amador Camargo Simões, costumava também colher jacas na Mata da Tijuca, logo atrás da casa.
Ora, nas histórias de papai onde o Pedrão aparece, ele sempre tem um pomar, ou pelo menos uma jaqueira, no quintal de casa!


Já o "Afonsinho" parece ter nascido de uma troca de ideias entre papai e Renato Canini. 
Ele era outro coadjuvante sem nome - mas de aparência engraçada - e uma personalidade foi criada para ele com base em uma canção popular brasileira chamada: "Meio de Campo (Gilberto Gil)".
Tanto meu pai quanto o Canini reivindicavam a criação do personagem. Mas, muito mais do que criar, foi papai quem realmente desenvolveu o Afonsinho, já que com o passar do tempo o Canini foi se dedicando mais a desenhar do que escrever histórias. 
O relacionamento deles era bom e produtivo, se consideravam amigos, e a comunicação era feita geralmente por mensagens deixadas nas margens das páginas de "rafe" ou por um raro telefonema, já que o Canini morava e trabalhava no Rio Grande do Sul, e papai vivia e trabalhava em Campinas/SP. 
Era papai quem viajava ao Rio de Janeiro e trazia de lá as referências culturais que usava em suas histórias, enquanto o Canini usava cartões postais como referência visual do Rio, que ele nunca visitou.


"Os Heróis são Modestos"


As histórias de Natal eram as favoritas dele, que sempre considerou como sendo o ponto alto de todo ano, uma honra e um privilégio de se fazer! Aqui, a Rosinha aparece particularmente caprichosa, o que provoca uma reação um pouco egoísta no Zé, que depois se resolve de modo positivo para todos. O espírito malandro do personagem está bem caracterizado no seu comportamento inicial, talvez não muito louvável, e na capacidade de raciocínio rápido que caracteriza o desfecho da trama. Esse padrão de criar relações ou similaridades entre os nomes dos personagens é algo que viria a se repetir bastante nos anos vindouros, especialmente com coadjuvantes ou vilões em grupos - e que se tornou, pelo menos para mim - um modo de identificar o: “Estilo Saidenberg”.


"A Onça e o Valente"











Nos tempos de criança de papai, quando ele morava na fazenda, o povo do interior costumava se reunir na praça para conversar, e se divertia contando vantagens principalmente sobre dois tipos de atividades que eram comuns entre o povo do campo naquela época: a caça e a pesca.
O fato é que o "Zé Queijinho" - primo mineiro do Zé Carioca, está às voltas com uma enorme onça tentando transformar a sua cabra "Gabriela" em jantar.
Enquanto o Nestor e o Zé Queijinho tentam afastar a onça, Zé Carioca passa a história inteira desmaiando de medo a cada vez que ouve alguém pronunciar a palavra “Onça”.
Seria apenas mais uma “história de onça”, se não fosse a “valentia” do personagem que deveria ser o protagonista.
Voltando para o Rio, a história que o Zé conta para a Rosinha é bem outra, para indignação do Nestor!


R: Basicamente, são dois aspectos da malandragem do Zé.
Na primeira...a "malandragem" vem da vontade de ganhar um presente, e da habilidade em manipular as aparências para que, na hora em que a situação fica complicada, ele possa se sair bem aos olhos da namorada.
Na segunda história, as características do Zé que se sobressaem são a total falta de coragem e a falastrice.
Ele é perfeitamente incapaz de enfrentar a onça, sabe disso, mas não quer deixar que a namorada saiba. Seu ego e orgulho próprio não deixam!


3) Ivan Saidenberg era tão preciso no texto e nos detalhes dos personagens que abordava - seja com Zé Carioca ou o Pato Donald - que desenhava seus roteiros, prevendo como ficaria visualmente.
Poderia nos mostrar um roteiro dele que mostra uma história inédita e o motivo pela qual nunca foi publicada?


R: Eu estou, justamente nestes dias, colocando em meu blog e comentando mais ou menos uma dúzia de histórias que ele produziu em Israel em 1993 - uma por semana - que foram resultado de um contato e uma encomenda da Abril naquela época.
Algumas poucas foram compradas e publicadas, mas várias outras não, por vários motivos.
A mais recente comentada foi:


"Dançando na Corda Bamba"












História do Zé Carioca, criada em 17 de maio de 1993 e nunca publicada. De todos os planos do Zé Carioca para levantar uma graninha com pouco esforço, este é certamente o “menos honesto” - e isso dá a esta história um estilo um pouco mais “alternativo” do que à maioria das outras criadas por papai.
É provavelmente por isso mesmo que ela nunca foi comprada, nem na primeira e nem na segunda vez em que foi apresentada à turma da Abril.
Já a cena mais engraçada desta história certamente está na página 5: os "Anacozecos" não apenas nunca conseguiram cobrar o Zé, como desta vez ainda darão dinheiro (!) a ele.
No final, é tudo um grande elogio e uma homenagem ao Nestor, o amigo fiel para todas as horas, pois aqui vemos o quanto ele é querido por todos na Vila Xurupita.


R: Os motivos mais comuns apresentados pelos avaliadores da redação para recusar ou sugerir a reformulação de uma história podem variar de problemas de composição das páginas e uso de palavras consideradas impróprias, e até comportamentos dos personagens que não seriam compatíveis com sua "personalidade" estabelecida.
O do Zé, por exemplo, precisa ser malandro, mas não desonesto.
Este, a meu ver, é o principal problema de "Dançando na Corda Bamba".
Mas a verdade é que existe todo um código de ética da Disney que proíbe representações de sexo, bebidas e drogas, violência, sangue, morte, política e religião, e que precisa ser absolutamente respeitado.
Em todo caso, tentar "contornar" esse código de ética e inserir nas histórias temas mais complexos era um dos "esportes" prediletos de papai. Às vezes ele conseguia, e às vezes não!




4) "O Homem que Rabiscava" - onde você conta a vida e carreira do Mestre Saidenberg. Por favor, destaque 4 fatos importantes do seu livro, que possam resumir fases de seu pai como roteirista de quadrinhos?
 

R: O primeiro grande fato foi, com toda a certeza, o incentivo de meu avô, o jovem engenheiro agrônomo que desde muito cedo percebeu o dom artístico dos dois filhos, Ivan e Luiz, e fez o que pode para apoiá-los.
O segundo fato foi o trauma do falecimento prematuro de meu avô aos 42 anos de idade, que por algum tempo deixou a família em situação muito difícil, quase frustrando os sonhos dos dois irmãos.
Em terceiro lugar, temos a reunião do pequeno grupo de desenhistas na sala alugada no "Edifìcio Martinelli", do qual meu tio Luiz fazia parte, e a adição de papai ao grupo como argumentista e tesoureiro, quando a coisa toda começou a se transformar no ponto focal de um movimento dos desenhistas de quadrinhos nacionais.
E por fim, a recomendação de Maurício de Souza, e a subsequente contratação de papai pela Editora Abril em 1971.




5) A série: "Quadrinhos do Peninha", desenhada por Carlos Edgard Herrero - onde seu pai coloca o personagem imaginando roteiros engraçadíssimos, com seu alter-ego "Pena Kid", cavalgando no "Alazão-de-Pau". Comente um pouco sobre o processo criativo nestas 26 clássicas aventuras.




R: A série: "Quadrinhos do Peninha", que não se resume somente às histórias do Pena Kid, mas da qual o "Vingador do Oeste" certamente faz parte, é o que se chama de "meta-quadrinhos", ou seja, "quadrinhos dentro dos quadrinhos".
Toda a atuação que papai idealizou para o Peninha enquanto jornalista e quadrinista, e às vezes até publicitário, era baseada em sua própria atuação nessas áreas, e em uma visão crítica e bem humorada dos "ossos do ofício" e da população de profissionais que o acompanhava nesses trabalhos, todos eles pessoas muito humanas com seus próprios defeitos, virtudes e maluquices.
Já o Pena Kid e seu cavalinho de brinquedo feito de madeira são lembranças da infância de papai, quando os meninos brincavam de imitar os filmes de faroeste que viam, empunhando revólveres de espoleta e "cavalgando" um cabo de vassoura ao qual se prendia uma cabeça feita de meia.
Nessas histórias há muitas referências a esses filmes, a começar da paisagem em volta, onde muitas vezes as casas são somente fachadas apoiadas em varas e até o céu é de pano e tem remendos costurados.





6) "Morcego Vermelho", certamente uma das maiores criações de seu pai. Como nasceu esta ideia genial, deste atrapalhado herói? E qual foi a última, escrita por ele?



R: O Morcego Vermelho foi "encomendado" a papai, a partir de um rascunho do desenhista Disney italiano Giovan Batista Carpi, que mostrava o Peninha fantasiado com uma capa que imitava asas de morcego.







A primeira história do personagem mostra como ele ganhou a fantasia do Donald, e vai se transformando em herói quase por acaso.
"Reza a lenda" que o nome do personagem foi criado em conjunto com os colegas durante uma das reuniões na redação das infantis da Editora Abril, e que a lata de lixo morcego teria sido uma sugestão do Carlos Edgard Herrero, principal desenhista desta série de histórias.
Mas, uma vez criado, todo o desenvolvimento do personagem foi deixado sob responsabilidade de papai. 
O "Morcego" é uma elaboração sobre o Ego do Peninha, e combina o seu comportamento desastrado e abilolado com uma coragem e heroísmo que até então não estavam na descrição original do personagem.
Da mesma maneira como o Zé Carioca - e isso é uma coisa que não se comenta muito - o Peninha também era um personagem meio obscuro e mal aproveitado até ser "adotado" por papai, que então tratou de dar a ele toda uma personalidade e características muito próprias.
A última história de papai publicada do "Morcego" foi: 


"Ultraleve Para Um Ultrapesado"


História do Morcego Vermelho e do Professor Pardal, escrita em fevereiro de 1984 - mas publicada pela primeira vez em 1987.

Ao perseguir um malvado vilão que rouba bonecas de inocentes e indefesas menininhas (Existe crime mais covarde do que esse?) o nosso herói percebe que suas armas estão bastante velhas, e quem sabe até ultrapassadas.
Elas falham quando são mais necessárias, pifam, etc.
Também, pudera: estavam em uso desde 1973, onze anos antes, quando foram inventadas juntamente com a criação do personagem!



7) "A História de Patópolis"(1982) onde seu pai criou uma história tão original, que poderia ter sido escrita pelo próprio Carl Barks.  O que você lembra deste trabalho dele, e quais foram suas referências?


R: Papai acreditava na máxima "aprenda com os melhores". E entre esses "melhores", sem dúvida alguma, estava o próprio Barks.
Muitas das primeiras histórias de papai para os mais diversos personagens, em 1971 e 1972, enquanto ele ainda estava "pegando o jeito" e desenvolvendo seu próprio estilo, são claramente inspiradas em histórias e no estilo de Carl Barks.
Autodidata, ele costumava passar tardes inteiras na biblioteca de Campinas, ou no acervo da redação em São Paulo, pesquisando os mais diversos assuntos que pudessem servir ao desenvolvimento das suas histórias.


A "História de Patópolis" é, certamente, um de seus maiores exercícios de imaginação e a inspiração vem justamente do fato que, mesmo após décadas de produção Disney no mundo todo, ninguém tivesse tido a ideia de contar essa história em especial.
Papai compilou vários momentos históricos marcantes da humanidade, desde a Idade da Pedra e até os tempos modernos, e começou a imaginar como eles poderiam ter transcorrido se tivessem acontecido em Patópolis, tendo por protagonistas os vários personagens, com suas características particulares.




8) Lucila, comente sobre três histórias muito especiais: "Pateta Olímpico", "A Volta ao Mundo em 8 Manchas" e o "O Mistério dos Androides"?



R: O "Pateta Olímpico" está comentado em meu blog. Foi uma encomenda para as Olimpíadas de Munique (1972) e, mais uma vez, é um exercício de imaginação sobre como um grande evento mundial transcorreria se fosse protagonizado por personagens Disney.
A inspiração vem de antigos desenhos animados americanos do Pateta, onde ele aparecia praticando de forma completamente errada os mais variados esportes.




A "Volta ao Mundo em 8 Manchas" é inspirada em clássicos da literatura infanto juvenil como “Cinco Semanas em um Balão“, e “Volta ao mundo em 80 dias”, ambas de Júlio Verne.
Papai gostava muito desse tipo de literatura, e procurava usá-lo sempre que possível como inspiração para suas histórias.


A série: "O Mistério dos Androides" é inspirada em outro dos interesses intelectuais de papai, a Ufologia e as teorias de "teóricos dos antigos astronautas", como Erich Von Däniken.






Mas há pelo menos mais duas sagas igualmente geniais que são menos conhecidas e comentadas: a primeira é "Professor Pardal na Atlântida", já comentada em meu blog e igualmente inspirada em grandes mistérios do mundo, como o Triângulo das Bermudas, e a outra é "Mancha Negra No Espaço", uma aventura de ficção científica que é uma variação sobre o tema da "Volta ao Mundo".





9) Agradecendo a sua entrevista e também por participar desta homenagem ao gênio Ivan Saidenberg, eu gostaria que falasse sobre a "socialização dos quadrinhos" e deixasse uma mensagem final para os amigos do "Chutinosaco".


R: "Socializar" e compartilhar arte é certamente algo muito importante que todos podemos fazer, dentro de nossas cada vez mais limitadas esferas de ação neste mundo. Os quadrinhos são uma importante manifestação cultural no Brasil, e uma maneira, pelo menos no lápis de papai, de disseminar as mais variadas ideias e fazer referência a outras formas de arte que as pessoas podem, a partir da leitura dos quadrinhos, pesquisar por conta própria e socializar também.
O leitor ideal de papai, aquele leitor que ele gostaria de ter, é a pessoa de qualquer idade mas com alma de criança que tem o hábito de ler o gibi com um dicionário do lado e uma enciclopédia ao alcance da mão e que, de preferência, se interesse pelos mesmos clássicos da literatura que ele mesmo lia.
Hoje em dia, com a internet e todas as suas possibilidades enquanto "mais universal biblioteca do mundo", tanto a pesquisa quanto o compartilhamento de informações se tornaram ridiculamente simples. E isso é algo de que todos nós podemos nos beneficiar.
Aos amigos do "Chutinosaco", eu agradeço o interesse e admiração pelo trabalho de meu pai, e convido todos a visitarem o meu blog frequentemente, pois sempre há algo novo e curioso para se ver por lá.
Obrigada!









LUCILA SAIDENBERG

"PADRE MIO: SCRITTORE DI FUMETTI" - LUCILA SAIDENBERG


Questa serie interviste: "Padre Mio" sappiamo Lucila - la figlia del nostro scrittore "genio" Ivan Saidenberg (1940-2009) - che ci dice un po 'della carriera di lui e ha ricordato alcuni dei suoi testi indimenticabili che hanno segnato il suo track record di successo nei fumetti Disney. 
Ivan è nato a Piracicaba, una città in Sao Paulo.  
Nel 1960, Editora Laselva - anche se era un fumettista - era gli script di fumetti per il fratello Luiz Saidenberg, ho fatto le illustrazioni.
Nel 1970 entra a far parte della Disney Studios Brasile (Abril Editore) e ha lavorato con Renato Canini, Waldyr Igayara e Carlos Edgard Herrero 
la creazione di diversi personaggi: "Paper Bat", "Paper Kid", "Il Papero della Foresta", "Lo Spirito Giustiziere - The Phantom" come alter ego di Paperoga, e "Bat Carioca", oltre a cugini di José Carioca. 
I suoi scritti sono stati quadrinizados da lui stesso - facilitando il lavoro di fumettista - che così fedelmente riprodotto quello Saidenberg creato. Lucila abilmente oggi ha detto che tutti gli script (Anche inedite) che suo padre ha scritto in un blog: "Ivan Saidenberg - Le Storie Commentato". *** I brani riprodotti qui sono riassunti.
Scopri il testo originale nel blog di Lucila, va bene?  Siate i benvenuti a "Chutinosaco blog"!



Ciao, Luiz! 

Ecco l'intervista risposta.
Ho allegato una foto di mio padre a Gerusalemme alla fine del 1980, e spero che vi servono. Per quanto riguarda le immagini acquisite originali e altri fumetti è necessario, si può arrivare nel mio stesso blog:

https://historiascomentadas.wordpress.com/


Sto solo postando le vecchie storie respinti dalla (Editore) nel mese di aprile, e tutte le immagini sono in Jpeg 300 dpi. 
Basta cliccare su di loro, e si aprirà una versione più grande.


1) Come e quando suo padre cominciò a scrivere, quello che era la tua prima storia pubblicata a fumetti, e come è stato il tuo processo creativo? E la convivialità di famiglia?



R:  Papà ha cominciato a inventare storie, disegnare e anche scrivere del bambino, con l'approvazione e il sostegno del padre, mio ​​nonno, che era un agronomo. 
Ha sviluppato il dono della vita, ancora a scuola e poi fuori di esso. 
E' difficile dire che cosa è stato esattamente il suo primo fumetto pubblicato, ma credo che fosse una storia di orrore - forse disegnato da suo fratello, Luiz - nei primi anni di 1960

 
2) Nell'universo di José Carioca, che sicuramente "brazilianized" carattere: ci dica come ha creato Pedro e Alfonsino, e come è stato il suo rapporto con fumettista Renato Vinicius Canini?  
Puoi commentare le storie: "Eroi Sono modesti" e "The Oz e coraggioso"?


R: "Pedro" è un personaggio che è sempre esistito come un anonimo aggiunta, ma papà "adottato" e "vestita" con un nome e una personalità basata sulla figura di suo zio, che viveva a Rio de Janeiro. 

Questo signore era un impiegato statale e viveva in una casa che era già dentro il giardino botanico della città con un frutteto intorno, e gli alberi "jackfruit" nella foresta.


"Pedro, il Mistero della Fine"


Mio zio era un funzionario, e aveva permesso di guadagno governo di vivere in una casa che è stato, per tutti gli effetti all'interno del parco. 
Era un gentiluomo "accomodante", che amava i partiti, amava una buona " feijoada" e utilizzato per ospitare il mio padre ogni volta che andava a Rio de Janeiro in vacanza, dal momento che i tempi di adolescente e fino al momento ha sposato la mamma. 
Questa casa aveva un frutteto in tutto, e oltre a questo il mio prozio, che è stato chiamato "Amador Camargo Simões", utilizzato anche per raccogliere jackfruit a "Mata da Tijuca", proprio dietro la casa. 
Ma nelle storie di papà, dove appare Pedro, ha sempre un frutteto, o almeno un albero jackfruit nel cortile di casa!

 


R: Ma il Alfonsino sembra nascere da uno scambio di idee tra papà e Renato Canini. 
E 'stato un altro supporto senza nome - ma buffo - e un personaggio è stato creato per lui sulla base di una canzone popolare brasiliana chiamata "Meio de Campo(Gilberto Gil) - Centrocampo (Calcio)". 
Sia io che mio padre e la Canini chiesto la creazione del personaggio.
Ma molto di più che creare, è stato papà che veramente ha sviluppato il Afonsinho, dal momento che nel corso del tempo l'Canini stava dedicando più di disegno di scrivere storie.La loro relazione era buona e produttiva, si consideravano amici, e la comunicazione è stata fatta solitamente da messaggi lasciati ai margini delle pagine di "rafe" o una telefonata rara, dal momento che Canini ha vissuto e lavorato in Rio Grande do Sul, e papà ho vissuto e lavorato a Campinas- Sao Paolo. 
E 'stato il papà che ha viaggiato a Rio de Janeiro e portato da lì i riferimenti culturali utilizzati nelle sue storie mentre Canini usato cartoline come riferimento visivo di Rio, non ha mai visitato.


"Gli Eroi sono Modestos"


Le storie di Natale erano il suo preferito, sempre considerato il punto più alto di ogni anno, un onore e un privilegio di fare! Qui, Rosinha appare particolarmente capricciosa, che provoca una reazione un po 'egoista in Carioca, che si risolve poi in modo positivo per tutti. Lo spirito imbroglione del personaggio è ben caratterizzato nel suo comportamento iniziale, forse non molto lodevole, e la capacità di rapidità di pensiero che caratterizza l'esito della trama.
Questo modello di creazione di relazioni o somiglianze tra i nomi dei personaggi è qualcosa che si sarebbe ripetuto abbastanza nei prossimi anni, in particolare con il sostegno o cattivi in ​​gruppi - ed è diventato, almeno per me - un modo per identificare il "Style Saidenberg ". 


"La Panthera Onca e Il Coraggioso"


In infanzia di mio padre, quando ha vissuto in azienda, la gente di campagna si riunivano in piazza per parlare, e goduto dicendo vantaggi principalmente su due tipi di attività che erano comuni tra la gente del campo, al momento: la caccia e la pesca. 
Il fatto è che il cugino di Carioca che vive nell'interno del Brasile, è alle prese con un enorme oncia cercando di trasformare la la vostra capra di nome: "Gabriela"in un pasto.
Mentre Nestore e  il cugino di Jose messo via l'oncia, Carioca passa tutta svenimento storia con la paura ogni volta che si sente qualcuno dire la parola "Onca". 
Sarebbe solo un'altra "storia di panthera onca", se non per il "coraggio" del personaggio che dovrebbe essere il protagonista. 
Tornando a Rio de Janeiro la storia che José dice a Rosina è piuttosto un altro, per l'indignazione di Nestore!


R: Fondamentalmente, ci sono
due diversi aspetti della roguery.
Nel primo inganno è la volontà di vincere questa, e la capacità di manipolare apparenze modo che nel tempo si complica la situazione, può essere grande agli occhi di amica. 
Nella seconda storia di caratteristiche Carioca che spiccano sono la totale mancanza di coraggio e falastrice.
E 'del tutto incapace di affrontare il giaguaro, si sa, ma non si vuole lasciare che la ragazza sa. Il suo ego e l'orgoglio per sé non lasciano!




3) Ivan Saidenberg era così precisa nel testo e dettagli dei personaggi affrontato - sia con Jose Carioca o Paperino - che ha disegnato i suoi copioni, anticipando come sarebbe visivamente. Potrebbe mostrargli una road map che mostra una storia unica e la ragione per la quale non è mai stato pubblicato? 



R: Io sono, solo in questi giorni, mettendo sul mio blog e commentando circa una dozzina di storie che ha prodotto in Israele nel 1993, uno per settimana, che erano il risultato di un contatto e di ordine nel mese di aprile, al momento. Alcuni sono stati acquistati e pubblicati, ma molti altri non lo sono, per diversi motivi.
La più recente è stata commentata: 


"Ballare Sulla Corda"


Storia di José Carioca, creato il 17 maggio 1993, e mai pubblicato. 
Di tutti i piani di Carioca per raccogliere un po 'di soldi con poco sforzo, questo è certamente il "meno di onesti" - e che dà questa storia uno stile un po' più "alternativo" rispetto alla maggior parte altro creato da papà. 
E 'probabilmente per questo motivo è stata mai acquistato, né la prima né la seconda volta è stato presentato alla classe di aprile. 
Già la scena più divertente di questa storia è certamente a pagina 5: il vostri esattori di Carioca, non solo non è riuscito a caricare José, come questa volta gli danno i soldi (!). 
Alla fine, è tutto un grande complimento e un omaggio a Nestor, l'amico fedele per tutti i tempi, perché qui si vede quanto egli è amato da tutti nel villaggio "Xurupita". 


R: Le cause più comuni fornite dai valutatori formulazione di rifiutare o suggerire la riformulazione di una storia può variare a problemi di composizione della pagina e usare parole ritenuti inappropriati, e anche il comportamento dei personaggi, che non sarebbe compatibile con la vostra "personalità" istituito .
Il José, per esempio, deve essere roguish ma non disonesto.
Questo, a mio avviso, è il problema principale di: "Ballare Sulla Corda".
Ma la verità è che c'è un intero codice Disney etico che proibisce la rappresentazione di sesso, alcol e droghe, la violenza, il sangue, la morte, la politica e la religione, e che deve essere assolutamente rispettata.In ogni caso, cercando di "aggirare" questo codice etico e inserire le storie problemi più complessi è stato uno dei preferiti "Sport" di papà.  
A volte che poteva, e qualche volta no!


4) «l'uomo Che Ha Fatto Schizzi" - suo libro in cui si raccontano la vita e la carriera del Maestro Saidenberg.
Si prega di evidenziare quattro elementi importanti del suo libro, che può riassumere le fasi del suo padre come scrittore di fumetti? 


A: Il primo grande evento è stato, di sicuro, l'incoraggiamento di mio nonno, il giovane agronomo che ha realizzato molto presto l'arte di due figli, Ivan e Luiz, e ha fatto quello che poteva per sostenerli. 
Il secondo fatto è stato il trauma della morte prematura di mio nonno a 42 anni, che per un certo tempo ha lasciato la famiglia in una situazione molto difficile, quasi vanificando i sogni dei due fratelli.
In terzo luogo, abbiamo l'incontro del piccolo gruppo di progettisti nella stanza in affitto in Edificio Martinelli, di cui mio zio Luiz parte, e l'aggiunta di papà al gruppo come scrittore e tesoriere quando il tutto ha cominciato a diventare il punto focale un movimento di designer comici nazionali.
E, infine, la raccomandazione Maurício de Sousa e la successiva assunzione di papà da Abril Editore nel 1971. 


5) La serie "I Fumetti di Paperoga", disegnato da Carlos Edgard Herrero - dove suo padre mette il personaggio immaginando script esilaranti, con il suo alter-ego "Paper Kid", in sella alla "Sorrel-de-Pau". Rivedere un po 'su il processo creativo in questi 26 avventure classiche.



A: La serie "
I Fumetti di Paperoga" che non si limita solo al Paper Kid storie , ma da cui il "Vendicatore del West" è certamente parte, è quello che viene chiamato "meta-comics", vale a dire, "fumetto nel fumetto."Tutto il lavoro che padre immaginato per Paperoga come giornalista e vignettista, e talvolta anche la pubblicità si è basata sulla sua performance in queste aree, e in una visione critica e umoristico di "rischio professionale" e la popolazione di professionisti che Ha accompagnato queste opere, tutte persone molto umane con i loro difetti propri, le virtù e follie.
 Ma il Paper Kid e il suo cavallo giocattolo di legno sono ricordi d'infanzia di mio padre quando giocano ragazzi di imitare i film occidentali che vedevano, brandendo pistole spoletta e "cavallo" di un manico di scopa a cui era allegata una testa la metà fatta. 
In queste storie ci sono molti riferimenti a questi film, a cominciare con il paesaggio circostante, che spesso le case sono solo facciate supportati da bastoni e il cielo è panno ed è cucito patch.


6) "Paper Bat", certamente una delle più grandi creazioni del suo padre. Come è nata questa grande idea, questo maldestro eroe? E ciò che è stato l'ultimo scritto da lui? 

A: The "Paper Bat" è stato "ordinato" a Papà, sulla base di un progetto di un fumettista italiano: Giovan Battista Carpi, che mostra il costume di Paperoga, con un mantello che ha imitato ali di pipistrello. 
La prima storia del personaggio mostra come ha vinto la fantasia di Paperino, e si trasforma in un eroe, quasi per caso.
"La leggenda vuole" che il nome del personaggio è stato creato in collaborazione con i colleghi nel corso di una riunione della redazione dei figli di Abril Editore, e l'immondizia pipistrello può sarebbe stato un accenno di Carlos Edgard Herrero, capo fumettista di questa serie di racconti. 
Ma, una volta creato, tutto lo sviluppo del personaggio è stato lasciato sotto la responsabilità di mio padre. 
Paper bat è una elaborazione dell'ego di Paperoga, e combina il suo armeggiare e abilolado comportamento con un coraggio ed eroismo che fino a quel momento non erano nella descrizione originale del personaggio. 
Proprio come José Carioca - e questo è qualcosa che non ha detto molto - il Paperoga era anche un personaggio attraverso buia e poco sfruttato per essere "adottato" da papà, che poi ha cercato di dargli un tutta la personalità e le caratteristiche molto personale.
La storia ultima del mio padre ha pubblicato di Paper Bat era:


"Ultraleggero Superpesanti"




La storia di Paper Bat e il Archimede, scritto nel febbraio 1984 - ma pubblicato nel 1987. 

Perseguendo un malvagio nemico che ruba bambole innocenti e indifesi bambine (Non c'è reato più vile di questo?), Il nostro eroe si rende conto che le sue armi sono abbastanza vecchio, e forse anche superato. 
Non riescono quando più necessario, pifam, etc. 
Inoltre è stato in grado: erano in uso dal 1973, undici anni prima, quando sono stati inventati insieme alla creazione del personaggio!



7) "La Storia di Paperopoli" (1982) dove il padre ha creato una storia così unica, che potrebbe essere stato scritto da Carl Barks se stesso. Cosa ti ricordi questo suo lavoro, e quali sono state le vostre referenze?



A: Papà crede nel motto "imparare dai migliori." E tra questi "migliori", senza dubbio, è stata la Barks se stesso. 

Molti dei primi racconti di papà per caratteri diversi nel 1971 e nel 1972, mentre era ancora "ottenendo il blocco" e sviluppando il proprio stile, sono chiaramente ispirate da storie e lo stile di Carl Barks.
Autodidatta, ha usato per trascorrere interi pomeriggi in biblioteca Campinas, o nella redazione della collezione di San Paolo, la ricerca dei vari problemi che potrebbero servire lo sviluppo delle loro storie.
"La Storia di Paperopoli" è certamente uno dei suoi più grandi esercizi di immaginazione e ispirazione viene proprio dal fatto che, anche dopo decenni di produzione Disney in tutto il mondo, nessuno aveva avuto l'idea di raccontare questa storia particolare. 
Babbo compilato alcuni importanti momenti storici di umanità dall'età della pietra e fino ai tempi moderni, e ha cominciato a chiedersi come avrebbero potuto superato se fossero accaduti a Paperopoli, con i protagonisti dei vari personaggi, con le loro caratteristiche particolari. 


8) Commento Lucila, su tre storie molto particolari: "Pippo Olimpici", "Il Giro del Mondo in 8 Macchia Nera" e "Il Mistero degli Androidi"?



A: "Pippo Olimpico" è commentato sul mio blog. È stato commissionato per le Olimpiadi di Monaco (1972) e, ancora, è un esercizio di immaginazione su come un grande evento mondiale trascorra se fosse interpretato da personaggi Disney.

L'ispirazione viene dal vecchio cartone animato americano di Pippo, dove è apparso pratica completamente il modo sbagliato le più svariate sport.

Il "Giro del Mondo in 8 Macchia Nera" si ispira a classici della letteratura per i bambini e la gioventù come "Cinque settimane in pallone", e "Il Giro del Mondo in 80 Giorni", sia di Jules Verne. 
Papà era molto appassionato di questo tipo di letteratura, e ha cercato di usarlo quando possibile come ispirazione per le loro storie. 

La serie, "Il Mistero dei Androidi" è ispirata da un altro degli interessi intellettuali del Papà, Ufologia e le teorie della "teoria degli antichi astronauti", come Erich von Däniken. 
Ma ci sono almeno due saghe altrettanto brillanti che sono meno noti e commentati: la prima è "Archimede in Atlantide", già menzionato nel mio blog e anche ispirato grandi misteri del mondo, come il Triangolo delle Bermuda, e l'altro è "Macchia Nera in Spazio", una fantascienza avventura che è una variazione sul tema di "Giro del Mondo".


9) Ringraziando la tua intervista e anche per partecipare a questo omaggio al genio Ivan Saidenberg, vorrei parlare della "socializzazione dei fumetti", e lasciare un messaggio finale per gli amici "Chutinosaco". 


R: "Socializzare" e condividere l'arte è sicuramente qualcosa di molto importante che tutti noi possiamo fare, all'interno della nostra sempre più limitati ambiti di azione in questo mondo.
I fumetti sono un importante evento culturale in Brasile, e in un modo, almeno a matita di mio padre, per diffondere le idee più svariate e riferimento ad altre forme d'arte che le persone possono, dalla lettura dei fumetti, ricerca per conto possedere e socializzare pure. 
Il lettore ideale papà, quel giocatore che vorrebbe avere è la persona di qualsiasi età, ma con l'anima di un bambino che ha l'abitudine di leggere il libro di fumetti con un lato dizionario e un thesaurus a portata di mano e, preferibilmente, se l'interesse in loro classici della letteratura che ha letto.
Oggi, con Internet e tutte le sue possibilità come "biblioteca più universale del mondo", sia la ricerca e la condivisione delle informazioni sono diventati ridicolmente semplice.
E questo è qualcosa che tutti noi possiamo beneficiare. 
Amici di "Chutinosaco Blog", apprezzo l'interesse e l'ammirazione per il lavoro di mio padre, e invito tutti a visitare il mio blog spesso, perché c'è sempre qualcosa di nuovo e interessante da vedere. 
Grazie!


LUCILA SAIDENBERG

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