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12.9.21

CARLO CHENDI, O MÁGICO ESCRITOR DISNEY! ADEUS, AMIGO! OBRIGADO POR TUDO!

Assim como foi com o Mestre Luciano Gatto, eu tive a extrema honra de entrevistar para o "Chutinosaco", mais uma das lendas vivas dos artistas Disney: o genial escritor Carlo Chendi. Nascido em Ostellato, em 10 de julho, recentemente completou 82 anos e numa conversa sensacional, fui surpreendido por uma pessoa amável e muito simples, que nos revela os seus momentos especiais com os amigos, em fotos INÉDITAS na web, que ilustram maravilhosamente esta nossa viagem!




1) Carlo Chendi, os seus leitores brasileiros e eu queremos saber como e quando você começou a escrever histórias em quadrinhos, se especializando no gênero cômico?


R: A minha primeira história foi publicada em junho de 1952, eu tinha 17 anos e 11 meses.
Os meus mestres foram: Floyd Gottfredson com Mickey, Benito Jacovitti (O maior autor cômico italiano do século passado) e, determinantemente, Carl Barks. 
No cinema: Charlie Chaplin, os Irmãos Marx, Stan Laurel e Oliver Hardy
(O Gordo e o Magro).
De 1952 a 1954 eu fiz uma espécie de “treinamento prático” com vários personagens italianos (Tiramolla, Trottolino, etc.) e depois passei a escrever para a “Topolino”, desde sempre a mais prestigiosa revista em quadrinhos da Itália.




















2) Você fêz muitas histórias que abordavam, em tons de humor e sátira, clássicos da literatura e do cinema, como por exemplo: “ Doutor Paperus” (Goethe - Clássicos da Literatura Disney 28), “A Volta ao Mundo em 8 Dias” (Júlio Verne - Tio Patinhas 513), "Donald Contra Bob Finger" (Ian Fleming - Classicos da Literatura Disney 22). Como você trabalhava nessas adaptações?





R: As paródias de clássicos da literatura e dos filmes são uma ideia italiana que, depois de Floyd Gottfredson e Carl Barks, renovou os princípios narrativos das histórias e dos personagens Disney em quadrinhos.
A idéia era parodiar um clássico da literatura mas sem alterar o caráter e a psicologia do Pato Donald, Tio Patinhas, Mickey, Pateta, enfim, de todos os personagens. Por exemplo, na paródia do “Doutor Fausto” o Donald mantém o seu próprio caráter ao interpretar o “Doutor Paperus”. 
Em "Donald contra Bob Finger" se faz uma paródia de James Bond, mas Donald permanece sendo êle mesmo, não assumindo a personalidade de Bond.


3) Luciano Gatto é um grande amigo do meu blog e colabora conosco sempre que possível. Juntos, além de outras tantas aventuras, fizeram: “Donald e o Faraó” (Coleção Luciano Gatto 01) que é uma trama que fala de um antigo faraó, um alter ego do Tio Patinhas. Como nasceu a idéia dessa aventura tão insólita?





R: A civilização do Antigo Egito sempre me fascinou, eu sempre "devorei" as histórias de arqueólogos (Veja a descoberta da tumba de Tutancamon por parte de Howard Carter e Lord Carnarvon).
Aí eu escrevi uma história imaginando que um antigo faraó, com o mesmo apêgo que o Tio Patinhas têm pelo dinheiro (E a sua mesma aparência física), pudesse voltar a viver e quisesse mergulhar nas moedas do seu próprio depósito de dinheiro. 
Para diferenciar os dois na edição original italiana, o Tio Patinhas fala em prosa, enquanto o faraó se expressa em rima. 
E Luciano Gatto a desenhou de maneira bastante expressiva!


4) Você trabalhou com Luciano Bottaro em muitas histórias. Como foi o seu relacionamento com esse grande artista?





R: Eu e Luciano Bottaro éramos amigos desde a adolescência. E ambos com a mesma paixão pelos gibis e com o mesmo desejo de nos tornarmos autores de quadrinhos. Nós crescemos praticamente juntos, eu escrevia as histórias e ele as desenhava, por quase quarenta anos criando personagens (Pepito, Baldo, Whisky & Gogo, Pon Pon e muitos outros) e, ao mesmo tempo, também trabalhando com os disneyanos.
Bottaro era um grande e genial desenhista (Algumas vêzes êle também escrevia as histórias que desenhava), um artista autêntico. A nossa produção de quadrinhos foi de cerca de dois têrços com personagens Disney e de um têrço com personagens nossos.


5) Bottaro, Rebuffi e Chendi, dois desenhistas e um roteirista: juntos vocês fundaram o Estúdio Bierreci Comics . E, em 1972, criaram um evento internacional de quadrinhos (Mostra Internacional dos Cartunistas) que já chegou à sua 44ª edição. Como foi essa fase?




R: O Estúdio produzia histórias em quadrinhos para a Itália, a França, a Alemanha e a Suécia.
E também era uma espécie de escola frequentada por alguns jovens que ali aprenderam o ofício de fazer quadrinhos.
Da escola Bierreci saíram autores como: Giancarlo Berardi (Ken Parker e Júlia) e Ivo Milazzo (Ken Parker). 
Quanto à Mostra Internacional dos Cartunistas, o nosso objetivo principal era valorizar, em nível cultural, artístico e criativo, o nosso ofício de autores.
Não fomos os únicos, mas é claro que contribuímos, em nível internacional, a dar uma nova dignidade ao produto “gibi”. 







6) Quando Carl Barks estêve na Itália, durante a viagem europeia de 1994, você lhe dedicou uma mostra e um livro, com os depoimentos dos maiores autores italianos de quadrinhos sobre a arte dos quadrinhos.
Como era o seu relacionamento com êle? Chegaram a pensar em fazer uma história juntos?




R: O meu relacionamento com Carl Barks era de amizade, uma amizade cultivada por cêrca de vinte anos como amigos correspondentes e depois consolidada pessoalmente quando nos encontramos em Milão e na cidade de Rapallo. Eu o havia convidado para almoçar no Restaurante dos Quadrinhos, o “U Giancu”. Um dia inesquecível!
Mas...eu jamais ousaria lhe sugerir fazermos uma história juntos, êle era o meu mestre.


7) A sua primeira história com os personagens Disney foi: “Le Miniere di Re...Paperone” de 1954, e em 2013 a mais recente: “Pippo Scudiero della Tavola Redonta” (Inéditas no Brasil). O que mudou no mundo Disney ? Como você se relaciona com essa nova geração de autores? 





R: Os jovens autores estão em sintonia com os seus contemporâneos, com quem cresceram partilhando a mesma cultura (Pouca literatura, pouco cinema, muita televisão, muitos videogames, propaganda maciça, mesmos problemas políticos e sociais, etc) e são de uma geração muito diferente da minha.
Êles consideram as nossas histórias como grandes clássicos, sentem admiração por elas, mas acho justo que as histórias dêles representem a sociedade em que vivemos.
Como acontece com os jovens autores de cinema, televisão, literatura, etc. 





8) Carlo Chendi, como é a sua relação com o Brasil?

R: O Brasil é um país que eu amo de modo particular pelo lugar que ocupa na formação do meu imaginário.
E no Brasil moram pessoas que eu conheço e com quem tenho relações de amizade:
- Primaggio Mantovi, que eu conheci em Lucca.
- Júlio Schneider, advogado e um insuperável tradutor das histórias de Júlia" (Giancarlo Berardi) que eu conhecí em Rapallo.
- Marcelo Alencar, jornalista e tradutor das minhas histórias Disney no seu país (Marcelo comprou do espólio de Carl Barks, no Ebay, tôdas as cartas originais que eu havia escrito a Carl e o livro: “Un Mondo di Fumetti” que eu havia dado de presente a êle em 1971).




- Álvaro De Moya, que fazia parte do júri que me concedeu o Prêmio Yellow Kid em Roma, em 1996. 
- Maurício de Sousa (Que conheci em Rapallo). 
- E agora, tenho um novo amigo: Luiz Dias.









9) Agradeço pelas suas respostas e muito obrigado pelas milhares de histórias que você escreveu, que fizeram e ainda fazem sonhar os leitores brasileiros e aquêles tantos outros - dos 26 Países no mundo tôdo onde são publicadas as suas histórias, há mais de 40 anos (Agora, até na China!). Podia nos deixar uma mensagem?


R: Quando por dez anos, de 1989 a 1998, eu trabalhei na redação da The Walt Disney Company Itália, eu tive a oportunidade de conhecer o catálogo da Disney americana para os editores licenciados. 
Entre outras coisas, se dizia alí que as histórias em quadrinhos do Pato Donald, Mickey e dos demais personagens, tinham no mundo cêrca de oitocentos milhões de leitores. 
Como a quase totalidade da produção em quadrinhos dos personagens Disney era italiana… não é difícil concluir quantos leitores têm (Mais ou menos!) as minhas histórias. 
E os brasileiros ocupam uma parte especial no meu coração!




























CARLO CHENDI

ADIO MAESTRO! GRAZIE PER TUTTI!


1) Carlo Chendi, i tuoi lettori brasiliani ed io, vorremmo sapere come e quando hai cominciato a scrivere storie a fumetti. perché ti sei specializzato in storie del genere comico?


R: La mia prima storia è stata pubblicata nel giugno 1952, avevo 17 anni e 11 mesi. I miei maestri sono stati Floyd Gottfredson con Mickey Mouse, poi Benito Jacovitti (il più grande autore comico italiano del secolo scorso) e, determinante, Carl Barks.
Al cinema,Charlie Chaplin, i fratelli Marx e Stan Laurel e Oliver Hardy. Ho fatto un tirocinio di due anni, dal1952 al 1954, con vari personaggi (Tiramolla, Trottolino, eccetera), poi sono passato al "Topolino", da sempre il più prestigioso periodico a fumetti italiano.



2) Hai realizzato molte storie che riprendevano, in chiave parodistica e satirica, classici della letteratura e del cinema, come «Il Dottor Paperus »(da Goethe), «Il Giro del mondo in 8 Giorni» (da Julies Verne), «Missione Bob Fingher» dal famoso film con James Bond. Come lavori questi adattamenti di libri o film?


R: Le parodie dei classici della letteratura e dei film sono un’idea italiana, che ha, dopo Gottfredson e Barks, rinnovato i canoni narrativi delle storie e dei personaggi Disney a fumetti. L’idea era quella di parodiare un classico della letteratura, lasciando però invariato il carattere, la psicologia di Paperino, Paperone, Topolino,
Pippo e via dicendo. Per esempio, nella parodia del Dottor Faust, Paperino mantiene il suo carattere, anche se interpreta il Dottor Paperus. In «Missione Bob Fingher», si fa la parodia di James Bond, ma Paperino rimane sé stesso, non assume la personalità di Bond.



3) Luciano Gatto è un grande amico del mio blog e collabora con noi quando gli é possibile. Insieme avete realizzato «Paperino e il Faraone», una storia che narra di un antico faraone, un alter ego di Paperon de’ Paperoni, anche lui avaro «collezionista di monete», che rivive e ha nostalgia dei bagni che faceva nei sicli quando era ancora vivo. Come è nata questa avventura così insolita ?


R: La civiltà dell’Antico Egitto mi ha sempre affascinato, ho sempre divorato le storie degli archeologi (vedi la scoperta della tomba di Tutankhamon da parte di Carter e Carnarvon). Così ho scritto una storia immaginando che un antico Faraone, con lo stesso attaccamento al denaro di Paperon de Paperoni (e il suo stesso aspetto fisico), potesse tornare a vivere e volesse tuffarsi nei dollari custoditi nel Deposito del Denaro. Nell’edizione italiana, per distinguerli, Paperone parla in prosa, mentre il Faraone si esprime in rima.
Luciano Gatto l’ha poi disegnata in maniera molto efficace.



4) Hai lavorato con Luciano Bottaro in molte storie. Come è stato il tuo rapporto con questo grande artista?


R: Con Luciano Bottaro eravamo amici da quando eravamo adolescenti. Entrambi con la stessa passione per i fumetti e lo stesso desiderio di diventare, a nostra volta,«autori di fumetti.
Abbiamo praticamente cominciato insieme, io scrivevo le storie e lui le disegnava per quasi quarant’anni, inventando personaggi (Pepito, Baldo, Whisky & Gogo, Pon Pon e molti altri) e contemporaneamente collaborando anche a quelli disneyani. Bottaro era un grande, geniale disegnatore (ma qualche volta scriveva anche le storie che disegnava), un vero, autentico artista. 
La nostra produzione «fumettistica» è stata per circa due terzi con personaggi Disney e un terzo con personaggi nostri.



5) Bottaro, Rebuffi e Chendi, due disegnatori e uno sceneggiatore: insieme avete fondato lo «Studio Bierreci Comics. E, nel 1972, avete creato una manifestazione internazionale di fumetti (Mostra Internazionale dei Cartoonists) che è ormai arrivata alla sua quarantatreesima edizione. Come vivere questa fase?


R: Lo Studio produceva storie a fumetti per l’Italia, la Francia, la Germania, la Svezia. E era anche una «bottega» dove alcuni giovani che l’hanno frequentata,hanno imparato il «mestiere» del fare fumetti. Dalla «bottega» Bierreci sono usciti autori come Giancarlo
Berardi (Ken Parker e Julia) e Ivo Milazzo (Ken Parker).
Per quanto riguarda la Mostra Internazionale dei Cartoonists, ci prefiggevano lo scopo di valorizzare, a livello culturale, artistico e creativo, il nostro «mestiere di autori»· Non siamo stati gli unici, ma senz’altro abbiamo contribuito, a livello internazionale, a dare una nuova dignita al«prodotto fumetto».



6) Quando Carl Barks, durante il tour Europeo del 1994, è venuto in Italia gli hai dedicato una mostra e un libro, con le testimonianze dei maggiori autori di comics italiani sulla «arte». Come erano i tuoi rapporti con lui ? Mai pensato di fare una storia insieme ?



R: Con Carl Barks c’erano rapporti di amicizia, un’amicizia coltivata per circa vent’anni come «amici di penna» e poi consolidata con una conoscenza personale quando ci siamo incontrati a Milano e a Rapallo: infatti, l’avevo invitato a pranzo nel Ristorante dei fumetti  "U Giancu". Una giornata indimenticabile.
Non avrei mai osato di proporgli di fare una storia insieme, lui era il mio maestro.



7) La tua prima storia per i personaggi Disney «Le Miniere di Re...Paperone» del 1954, la più recente «Pippo Scudiero della Tavola Rotonda»: cosa è cambiato nel mondo Disney ?
Quali sono i tuoi rapporti con la nuova generazione di «autori disneyani»?



R: I giovani autori sono in sintonia con i loro coetanei, con i quali sono cresciuti condividendo la stessa cultura (Poca letteratura, cinema, tanta televisione, tanti videogiochi, spot pubblicitari, stessi problemi politici e sociali, eccetera), quindi appartengono a una generazione molta diversa dalla mia. 
Loro considerano le nostre storie come dei «grandi classici», le ammirano, ma mi pare giusto che le loro storie rappresentino la società in cui viviamo.
Come avviene per i giovani autori di cinema, televisione, letteratura, eccetera.



7) Quali sono i tuoi rapporti con il Brasile ?


R: Il Brasile è un Paese che amo in modo particolare per il posto che occupa nella formazione del mio immaginario. 
E poi in Brasile ci sono persone che conosco e con le quali ho rapporti di amicizia.
Primaggio Mantovi, che ho conosciuto a Lucca.
Julio Schneider, avvocato e traduttore insuperabile delle storie di Julia di Giancarlo Berardi, che ho conosciuto a Rapallo.
Marcelo Alencar, giornalista e traduttore di mie storie Disney in brasiliano. Marcelo inoltre ha acquistato su Ebay, dalla Carl Barks Estate, tutte le lettere originali che avevo scritto a Carl e il libro «Un Mondo di Fumetti» che gli avevo regalato nel 1971.
Alvaro De Moya che faceva parte della giuria che mi ha assegnato lo "Yellow Kid" a Roma nel 1996.
Mauricio De Sousa (Che ho conosciuto a Rapallo). 
E ora ho un nuovo amico: Luiz Dias.



8) Grazie per le tue risposte e grazie per le migliaia di storie che hai scritto, che hanno fatto e fanno ancora sognare e i lettori brasiliani, e quelli dei 26 Paesi in tutto il mondo dove vengono pubblicate le tue storie da oltre 40 anni (Adesso anche in China!).
Ci può lasciare un messaggio?



R: Quando, per 10 anni, dal 1989 al 1998, ho lavorato negli uffici della The Walt Disney Company Italia, mi è capitato di sfogliare il book della Disney americana per gli editori licenziatari Disney.
Si diceva, tra l’altro, che le storie a fumetti di Donald Duck, Mickey Mouse e via dicendo, avevano nel mondo circa ottocento milioni di lettori. 
Dato che la quasi totalità della produzione a fumetti dei Personaggi Disney era italiana … non è difficile trarre la conclusione su quanti lettori hanno (Pressappoco!) le mie storie.
E quelli brasiliani occupano una parte speciale del mio cuore.




CARLO CHENDI


19.1.19

EXCLUSIVO! O GENIAL CASTY E SEUS PROJETOS 2019!



Mestre Casty, obrigado por mais essa entrevista EXCLUSIVA. Seus fãs brasileiros estão ansiosos, querendo saber sobre os seus projetos futuros, e a história comemorativa dos 90 anos do Mickey, que será publicada no Brasil, agora pela Editora Culturama!




1) "Tutto Questo Accade Domani" (Tudo Isto Acontecerá Amanhã): como surgiu esta ideia de continuação da história do ano de 2015 (Tudo isto Acontecerá Ontem - Mickey 883/884 - Ed. Abril), onde Mickey encontrou seu passado, e agora ele vai viver o seu futuro? Como é trabalhar com o grande Massimo Bonfatti?




R: Quando Massimo Bonfatti e eu criamos: "Tudo isto Acontecerá Ontem", não tínhamos em mente fazer uma sequência. 
Na verdade, a história era absolutamente auto conclusiva e servia de uma forma especial para comemorar o aniversário do Mickey, e especialmente o vínculo de amizade que o liga aos outros dois protagonistas de suas aventuras, Minnie e Pateta.


Também foi uma maneira de voltar a trabalhar depois de 15 anos com um dos artistas que eu mais respeito, Massimo (Bonfatti) com quem criei muitas histórias do personagem: "Cattivik" entre 1993 e o início dos anos 2000.
Mas aconteceu que a história (Do Mickey) teve um sucesso incrível e, com o passar do tempo, todos nos pediam para fazer uma continuação.
Fiquei bastante relutante: sou contra as sequências e, além disso, não sabia o que escrever! 
Até que de repente, no entanto, foi a diretoria da revista "Topolino" que nos pediu expressamente, e aí eu não podia dizer não: pensei por muito tempo, até que finalmente encontrei uma idéia e um fato da história anterior não resolvido, que nos permitiria retomar os temas e situações (Não direi qual fato, obviamente, para não estragar a surpresa). 



A partir dessa ideia, a história nasceu e, me deixe dizer, na minha opinião, é ainda mais bela que a anterior. 
Espero que vocês possam  curtir aí no Brasil, muito em breve!
Trabalhar em conjunto com o Massimo é uma experiência linda e estimulante: Bonfa é meu amigo há 25 anos e foi um pouco meu professor "à distância" quando dei meus primeiros passos como desenhista e roteirista, no: "Cattivik".



Na verdade, nós não trabalhamos juntos no sentido estrito da palavra: Massimo vive em Modena, a 500 km de distância de onde moro e, por isso, para criar cada página a quatro mãos, como fizemos nestas duas histórias (Em 2015 e 2018) tivemos necessariamente de ver um ao outro via Skype e, claro, enviando as mesmas pelo correio. 
Não é uma tarefa fácil, foi bastante trabalhosa, mas o resultado no final sempre nos dá grande satisfação!



2) Meu país está muito feliz com o retorno dos quadrinhos da Disney em março deste ano de 2019 pela Editora Culturama. É verdade que você também colaborará com nossa grande festa, levando seu talento para os quadrinhos da Disney no Brasil?
A capa do primeiro gibi "Mickey" no Brasil será feita por você?



R: Estou muito satisfeito que a Culturama tenha conseguido o direito de publicar material da Disney no Brasil ... e sim, eu fui contatado para descobrir se existe a possibilidade de poder colaborar com a nova Editora. 
No momento não há nada definido, mas seria ótimo que isso pudesse acontecer! 
Vai levar algum tempo, porque obviamente eu já tenho um esquema de trabalho já definido com a Disney italiana, mas na verdade, estou pensando nisso.



3) Para o deleite de seus milhões de fãs, agora seria possível uma aventura inédita do Mickey, em visita ao Brasil, feita por Casty?








R: De fato, entre as histórias que eu tenho em mente, há também uma com a Eurásia Tost que se aventura pelos mistérios da Amazônia. Vamos ver o que acontece...Mickey viaja o mundo, e uma visita ao Brasil certamente fará parte do roteiro!



4) Meu amigo Casty, por favor, nos deixe uma mensagem final falando quais serão seus novos projetos de quadrinhos para 2019?



A: Eu estou trabalhando atualmente em duas histórias, escritas e desenhadas por mim: uma delas é uma história leve e divertida com o "Atomino Bip Bip", que deverá sair em algumas semanas (L'Elemento Qualsivoglia), para comemorar os 60 anos da criação do personagem pelo Mestre Romano Scarpa!



A outra é uma história de suspense em dois episódios: "Topolino e il Mistero di Acquadombra", também previsto para este ano.




Então, em julho eu gostaria de lançar uma história que realmente me interessa, chamada: "Topolino e il Castello Sulla Luna".
Eu também estou escrevendo vários roteiros para outros desenhistas, então 2019 certamente será um ano muito, muito ocupado para mim.
Para encerrar, espero que a nova fase de quadrinhos Disney no Brasil seja bem-sucedida: esses personagens são lindos, e acredito que toda criança deveria ter a oportunidade de ler suas aventuras!
Saudações a todos os leitores brasileiros...espero, mais cedo ou mais tarde, estar com vocês!
Até breve!



CASTY

CASTY IN ITALIANO

Maestro Casty, grazie per più di questa intervista ESCLUSIVA. I suoi fan brasiliani sono ansiosi, vogliono conoscere i loro progetti futuri e la storia commemorativa del 90° compleanno di Topolino, che sarà pubblicato in Brasile, ora da Casa Editrice Culturama.


1) "Tutto Questo Accadde Domani": come è nata questa idea di continuazione della storia dell'anno 2015 (Tutto Questo Accadrà Ieri) dove Topolino ha trovato il suo passato, e ora vivrà il suo futuro? Com'è lavorare con il grande Massimo Bonfatti?  


A: Quando io e Massimo Bonfatti creammo "Tutto questo accadrà ieri" non avevamo assolutamente in mente di farne un seguito. Anzi, la storia era assolutamente autoconclusiva e serviva per celebrare in maniera speciale il compleanno di Topolino e, soprattutto, il legame di amicizia che lo lega agli altri due grandi protagonisti delle sue avventure, ovvero Minni e Pippo. Era anche un modo, per me, di tornare a lavorare dopo 15 anni con uno degli artisti che più stimo, Massimo appunto, con il quale avevamo realizzato tantissime belle storie di Cattivik tra il 1993 e i primi anni 2000.
E' successo però che la storia ha avuto un successo incredibile e, man mano che il tempo passava, da più parti ci chiedevano di darle un seguito. Io ero abbastanza restìo: sono piuttosto contrario a scrivere sequel e, inoltre, non avevo la minima idea di cosa scrivere! A un certo punto però fu la direttrice di Topolino a chiedercelo espressamente, e non potei dire di no: così rimuginai a lungo e trovai infine un'idea, uno spunto irrisolto di TQAI che avrebbe permesso di riprendere temi e situazioni (non dico cosa, ovviamente, per non rovinarvi la sorpresa). Da quell'idea è poi nata la storia e, lasciatemelo dire, secondo me è addirittura più bella della precedente. Spero che possiate apprezzarla in Brasile prossimamente!
Lavorare assieme a Massimo è un'esperienza bellissima e stimolante: il Bonfa è un amico da ormai 25 anni ed è stato un po' il mio maestro "a distanza" quando io muovevo i miei primi passi come disegnatore e sceneggiatore su Cattivik. In realtà non lavoriamo assieme nel senso stretto della parola: Massimo vive a Modena, a 500 km da me, e quindi per realizzare le tavole a quattro mani, come abbiamo fatto in queste due storie, dobbiamo necessariamente vederci via Skype e, naturalmente, spedirci le tavole via posta. Non è un'impresa facile, anzi è parecchio laboriosa, però il risultato alla fine ci dà sempre una grande soddisfazione!



2) Il mio paese è molto contento del ritorno dei fumetti Disney a marzo di quest'anno 2019 da parte di Editora Culturama. E 'vero che collaborerai anche con la nostra grande festa, portando il tuo talento ai fumetti Disney in Brasile?
La copertina del primo fumetto "Topolino Brasil" sarà realizzata da te?


A: Sono molto lieto che Culturama abbia preso i diritti per la pubblicazione di materiale Disney in Brasile... e sì, sono stato contattato per sapere se c'è la possibilità di una mia collaborazione con il nuovo editore. Al momento non c'è nulla di definito, però sarebbe bellissimo che accadesse! Ci vorrà comunque del tempo, perchè ovviamente ho un programma di lavoro già definito con la Disney italiana, però effettivamente ci sto pensando.


3) Per la gioia dei suoi milioni di fan, sarebbe possibile ora un'avventura senza precedenti di Topolino, in visita in Brasile, realizzata da Casty? 

  
A: ...e infatti, tra le storie che avrei in mente, ce n'è pure una con Eurasia Tost che si avventura tra i misteri dell'Amazzonia. Vediamo cosa succederà, Topolino gira spesso il mondo e una capatina in Brasile la farà sicuramente!



4) Il mio amico Casty, mi farebbe molto piacere che tu ci lasci un messaggio finale e anche di dirci quale sarà il tuo nuovo progetto di fumetti per il 2019?


A: Al momento sto lavorando a due storie, scritte e disegnate da me: una è una storia leggera e divertente con Atomino Bip Bip, che uscirà tra poche settimane per festeggiare i 60 anni dalla creazione del personaggio da parte del maestro Romano Scarpa.
L'altra invece è un fanta-thriller in due puntate, "Topolino e il mistero di Acquadombra", previsto anch'esso per quest'anno. A luglio dovrebbe poi uscire una storia a cui tengo molto, intitolata "Topolino e il castello sulla Luna". 
Sto inoltre scrivendo parecchie soggetti anche per altri autori, per cui il 2019 sarà sicuramente un anno molto, molto impegnativo per me.
Per chiudere, mi auguro che il nuovo corso dei fumetti Disney in Brasile abbia successo: questi personaggi sono bellissimi e credo che ogni bambino debba avere la possibilità di leggerne le avventure!
Un saluto a tutti i lettori brasiliani, spero prima o poi di fare un giro da voi! 
Ciao!



CASTY

17.1.19

O GRANDE LUIZ PODAVIN, EM TRAÇOS...E PROSA!

Um Feliz 2019 com a volta das "Chutientrevistas", e com um grande artista, mais um "Mestre Disney de Todos os Tempos" - e brasileiro - logo na estréia!
E nessa conversa divertida, ainda descobrimos a sua primeira capa Disney, que agora finalmente foi creditada no "C.O.A. Inducks"!
Um desenhista muito criativo e bem humorado que adora seu trabalho! Salve grande Mestre Luiz Podavin!
Que honra em poder entrevistá-lo, e saber um pouco da sua carreira!















1) Como, e quando você começou a desenhar, quais eram seus ídolos, e nos conte como entrou na Editora Abril? E sobre a época da produção nacional dos quadrinhos Disney, do qual você fez parte integrante até 2001?


R: A maioria dos desenhistas começam a rabiscar muito cedo, quando crianças ainda.
Aquela atração pelo papel e lápis que outros coleguinhas não tinham.
Sou do interior de São Paulo (Flórida Paulista) uma cidade pequena e onde havia pouca circulação de gibis.


Felizmente um irmão mais velho colecionava revistas de quadrinhos Disney, o que para mim e meus irmãos menores, era um pequeno paraiso!
Mais tarde quando comecei, copiando personagens dos quadrinhos eu me inclinei para os super heróis.
Nesse tempo tinha então entre 15 e 18 anos, a "febre" eram os heróis: "Fantasma", "Mandrake", "Tarzan", "Principe Valente", "Flash Gordon"...os de faroeste: "Cavaleiro Negro", "Rocky Lane", etc.
Fui desenvolvendo meu traço até os 20 anos, quando vim para Campinas com a família, onde consegui emprego numa gráfica, como datilógrafo.
Havia ali um setor dedicado a embalagens, onde felizmente pude aplicar os meus conhecimentos de desenho, profissionalmente.



Eu vim para a Editora Abril no final do ano de 1972, depois que um amigo da gráfica enviou a um conhecido dele que trabalhava lá, uns trabalhos meus.
Me convidaram para uma entrevista, e fui contratado!
Era uma época boa, e a Abril tinha muita necessidade de ampliar o grupo de desenhistas.
Época maravilhosa, onde "O Pato Donald" vendia "a rodo"! (500 a 600 mil por edição)
Iniciei como aprendiz no prédio da gráfica na marginal Tietê, onde tudo começou na redação Disney.
Não foi fácil, pois como disse, eu era do interior e o pessoal ali não perdoava! (Rsrsrs) Apesar de ter trabalhado em Campinas por um ano, eu ainda tinha o "jeitão caipira"!
Houve várias mudanças de endereço da redação, para a Rua do Curtume na Lapa, para a Avenida Faria Lima, e Rua Bela Cintra.



Ali deixei a Editora como funcionário e continuei como colaborador produzindo histórias.
Voltando à gráfica na marginal, de aprendiz segui como assistente, depois desenhista produzindo as capas, e logo um chefe de arte.
Ficava a meu cargo revisar os desenhos e arte final das histórias do pessoal.
Então, era comum me ver em meio a pilhas de páginas, fazendo uma caprichada revisão. Foi nessa época que ajudei a desenvolver alguns personagens, como: "Biquinho", "Zé Galo", e outros!
Foi quando deixei o cargo e comecei a produzir histórias, que era o que sempre quis fazer, isto é, desenhar realmente!
Passei a trabalhar em casa como freelancer e produzi umas duzentas histórias, mais ou menos, uma "linha de produção" como colaborador, já fora da Abril.










Desenhava então a "Família Pato" (Donald, Tio Patinhas, Peninha) o Mickey, Pateta e qualquer outro que fosse necessário, inclusive revistas
Não-Disney como: "Os Trapalhões", "Bolinha" e "Luluzinha" "Super Heróis", "Sergio Malandro", "Família Dinossauro", ufa! Rsrsrs)









Entre todos, o Zé Carioca era nossa maior produção, e também a minha.
Procurei fazê-lo do meu jeito dando um toque "a italiana", já que eu gostava muito do estilo de (Giovan Battista) Carpi e do (Giorgio) Cavazzano!
Tive um momento especial na rua Bela Cintra, quando por um tempo, integrei uma equipe a cargo do diretor Jorge Kato na produção dos Manuais Disney.
Ali aprendi a trabalhar com tintas tipo guache e ecoline, pasmem! Desenhava e coloria as ilustrações, o que me dava maior satisfação.









O Jorge Kato foi um dos primeiros desenhistas Disney no Brasil.
Um "chefe sisudo" que era só para impressionar, mas no fundo era um camarada, e grande profissional.
Sob a orientação dele ilustrei para os Manuais: "Peninha", "Pardal", "Maga e Mim", etc.




2) Como nasceu a idéia de criar os personagens da "Turma da Pata Lee"? E o "Boinifácio", o primo azarado da Clarabela?



R: A "Pata Lee" (Romano Scarpa) e o "Folião" (Aracuã - Você já Foi à Bahia) já existiam.
A Lee é uma patinha graciosa e pensamos em aproveitá-la melhor criando uma turminha de adolescentes, sendo ela a principal.



As idéias praticamente eram do nosso diretor Primaggio Mantovi e depois de uns pitacos daqui e dali do pessoal, lá ia eu para a prancheta rabiscar!


Criamos então um pelicano (Parceiro), uma corujinha (Netúnia), uma cegonha (Olimpia), um outro pelicano (Papudo), que deu origem a essa turma, e uma produção de muitas histórias.




O Boinifácio seguiu a mesma linha de desenvolvimento: o Primaggio disse: "Que tal um boi?" - não deu outra!



3) Como foi realizar tantos trabalhos para a Holanda e Dinamarca? E fale sobre o seu processo de criação para desenvolver a história, enviada pelos gringos?







R: Trabalhar para os gringos foi muito prazeroso em termos de realização e aperfeiçoamento importante no meu traço.
Senti o peso da responsabilidade, e assumi!




Através de um intermediário, recebia os roteiros com rafe ou só texto. Eram muito exigentes, então lançava mão de muita referência de bons desenhistas americanos como (Carl) Barks, Daniel Branca, Daan Jippes e outros.







Assim produzia uma aventura numa média de 20 dias.
A história desenhada era enviada para a "Egmont" pelo intermediário e eu recebia indicações, e algumas correções a serem feitas.
Pouca coisa - no mais, elogiavam meu trabalho!



4)  Em 2012 você volta a fazer capas para a Abril, e realiza uma história (Conversa de Planta) do Arthur Faria Jr. para os "70 Anos do Zé Carioca". Fale sobre esse projeto. No ano seguinte, já desenhava novas histórias para os gibis do papagaio. Agora nessa nova fase, a volta dos quadrinhos Disney, com a Editora Culturama existe a chance de você desenhar o personagem de novo?


R: Sim. Em 2012, (Por aí) o Paulo Maffia e o Fábio Figueiredo, com coordenação do Fernando Ventura, me convidam para produzir algumas capas, e também algumas histórias.



Essa (Conversa de Planta) do Arthur Faria Jr. foi a primeira nessa fase. Estava meio travado, pois já fazia alguns anos que não tocava em Disney, mas bastou alguns quadros, e já estava fluindo.



Foi um prazer voltar a desenhar Disney e fiz com muito boa vontade apoiando o esfôrço do Maffia, Fábio e Ventura de emplacar novamente a produção de Disney no Brasil.
Durou pouco mais de um ano, mas que pena!
Agora está nas mãos da Editora Culturama e dependendo de mim, claro, volto com tudo em cima dos meus 68 anos com muito pique!
Todos sabem que a produção no Brasil é muito cara, vamos ver o que o pessoal de lá vai resolver.




5) Eu fiz uma vetorização de sua primeira capa na Abril (Segundo o Inducks) para o "Zé Carioca 1215". Espero que goste. 






R) Será que é minha? Tá difícil de lembrar! A minha primeira capa foi feita no prédio da marginal do Tietê quando inicialmente a redação Disney era lá. 
Uma capa do "Superpateta" em que ele pescava usando uma âncora de navio como anzol, mais ou menos isso, não lembro em que revista. Estava começando ali na redação e o meu chefe de arte, o Izomar Camargo Guilherme me passou essa capa para desenhar.
Lembro que levei uns 20 dias!
Quase desisti, achando que não ia conseguir! (Rsrsrs). 
Quanto a essa aí pode ser a que fiz para a revista do Zé Carioca, ok!
Mas é bom verificar melhor.




6) Achei esta outra: "O Pato Donald 1112" - que infelizmente não tem crédito no Inducks - seria sua??? MISTÉRIO! (Rsrsrs) 
Me confirma, pois se for sua, a gente indexa posteriormente! 
ATENÇÃO: Já foi feita a justiça - o amigo Paulo Ricardo Abade Montenegro já colocou o nome do verdadeiro artista na referida capa no COA Inducks!


R) Isso, isso! Tá lá o ano, março de 1973.
Entrei na Abril no final de 1972, então bateu. (Rsrsrs)
Fazia tempo que não via essa capa! 
Teve "trocentas" correções, mais saiu. Minha "primeirona" mesmo! Agradeço a sua pesquisa!




7) Agora gostaria que deixasse uma mensagem sobre seus projetos futuros, e um recado para seus fãs, que tem muita saudade do seu trabalho incrível?








R: Hoje diversifiquei minha técnica a fim de atender o mercado e não ficar sem trabalho. Faço livros didáticos, livros infantis, livros religiosos, capas diversas, propagandas, material informativo e o que puder, nos mais diversos estilos.





Quanto a futuros projetos, não tenho nenhum, a não ser tempo livre para qualquer trabalho que me apareça na área.









Também gosto muito de diversificar meu traço com variados estilos, alguns desafios para imitar esse ou aquele estilo é muito bom para não ficar limitado.





Aos fãs que porventura eu os tenha, o recado só pode ser minha gratidão por apreciarem meu trabalho.
Muito importantes porque são diferenciados, são colecionadores, uma boa medida!
"Deus salve os fãs"!



LUIZ PODAVIN

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