28.8.17

DUCK TALES, CLÁSSICOS DISNEY E O MICKEY DE XAVIER VIVES MATEO

Continuamos nossa retomada das "Chutientrevistas", desta vez com Xavier Vives Mateo, um dos desenhistas responsáveis pela quadrinização de inúmeros filmes Disney e que também participou do "resgate" do espírito aventureiro do Mickey, além da criação de várias aventuras de "Duck Tales". 
Aqui estão as perguntas enviadas por seus fãs no Brasil. Em primeiro lugar, obrigado por responder esta entrevista, que me deu a honra de conhecer sôbre sua vida e obra.














1) O trabalho de Xavier Vives Mateo é "mágicamente arranjado", sempre com imagens que nos fazem ver os personagens como se eles estivessem em movimento.
Quando e como começou a trabalhar com desenhos, e em particular com a Disney? 
Qual foi a primeira capa que projetou, e a sua primeira história em quadrinhos?



R: Caro Luiz, antes de responder as suas perguntas, eu quero pedir desculpas pelo atraso em atender ao seu pedido (De entrevista).
"Como diz o ditado" - eu comecei a desenhar desde muito jovem. 
Desde a infância eu sempre tive interêsse em ver desenhos e ainda mais, se pudesse ler seus textos. 
Eu aprendi a perceber o que inspirava a minha leitura - era a fantasia que estas aventuras me sugeriam.
Eu também conheci (A obra de) Disney quando  menino, pois meus pais eram fãs e eu sempre comprava suas revistas.
Minha primeira história em quadrinhos, eu fiz mais ou menos com a idade de 16 anos e tive sorte o suficiente para publicá-la anos mais tarde.
A primeira capa Disney, verdadeiramente...eu não me lembro.





2) Você já adaptou aos quadrinhos, dois filmes de animação de Walt Disney: "Oliver e Seus Companheiros"(1989) e "A Pequena Sereia"(1990). Conte-nos como foi executar estes desenhos clássicos, reproduzindo-os fielmente?















R: Trabalhar nas versões em quadrinhos de filmes de animação: "Oliver e Seus Companheiros", "A Pequena Sereia" e "Aladdin"(1992) foi uma grande experiência!
Foi muito agradável fazer êstes trabalhos, onde eu pude trabalhar diretamente com os "model sheets" que os animadores usaram ​​para a filmagem original e que, como eu já disse - representaram uma enorme oportunidade para mim.



3) Em 1994, a Egmont-Ehapa" - editora dinamarquesa lançou uma revista chamada: "Mickey Mysterier" - Inédita no Brasil (Atenção: Êste gibi foi publicado 5 anos também antes de "MM - Mickey Mystery, Detetive das Trevas" - e sua temática é diferente) onde você pôde participar em várias edições. 
Fale sôbre sua experiência na concepção destas aventuras, onde o personagem resolve casos policiais difíceis, como fazia nos anos entre 1950 e 1980 - quando Paul Murry desenhava o Mickey?


R: As (11) aventuras de "Mickey Misterier" que fiz - eram histórias longas. 
Eu acho que foram publicadas incialmente em formato de bôlso, e depois também lançaram algumas edições em formato normal.








Eu gostava tanto de Paul Murry desenhando histórias do Mickey, a maioria delas eram aventuras de detetive ou clássicos do oeste americano - e não esquecendo do "Superpateta" e seu sobrinho Gilberto.
Como eu disse, sempre gostei dêle (Murry) e até hoje ainda gosto.



4) Xavier, você também desenhou 10 histórias (Inéditas no Brasil) de: "O Ratinho Detetive", derivado do filme de Walt Disney.
Fale sobre esse personagem (Basil), e como foi trabalhar nesta adaptação do cinema para os quadrinhos.


R: Foi muito importante para mim realizar as histórias de: "O Ratinho Detetive".
Adaptar o mítico personagem de Conan Doyle: "Sherlock Holmes" para uma "versão camundongo", o nevoeiro de Londres e tôda atmosfera do século XIX - foi super emocionante para mim e, especialmente, seguindo o caminho que precedeu o grande filme da Disney de 1986: "As Peripécias de Um Ratinho Detetive".



5) Quem são os ídolos de Xavier Vives Mateu: tanto em animações como quadrinhos Disney? E outros autores?



R: Os artistas de animação e quadrinhos que admiro são muitos, porque me considero um grande leitor apaixonado.
Desde que me lembro, êles sempre "me acompanharam".
Como não falar de: Carl Barks, Floyd Gottfredson, Paul Murry, Jack Bradbury, Vicar, (Daniel) Branca, (Giorgio) Cavazzano e muitos outros que já criaram para o mundo de Disney.
Sem esquecer de: Alex Raymond, Harold Foster, Milton Caniff, Will Eisner, Jean Giraud, e muitos outros. 



6) O Brasil ama o Tio Patinhas em "Duck Tales". Como foi a sua experiência em desenhar as histórias derivadas da série de televisão?



R: As histórias de: "Duck Tales" - para dizer a verdade, acabei desenhando muito poucas (7), pois fui deslocado para outras produções.
Mas eu adorava suas aventuras pelas selvas exuberantes e misteriosas da Amazônia.




7) O que você conhece do Brasil? Você já visitou o meu país, e já pensou em escrever uma história da Disney usando meu país como cenário?
Por exemplo, a aventura: "Mickey, Up the River" foi ambientada no estado brasileiro?








R: O Brasil, para minha tristeza, eu ainda não tive a oportunidade de visitar. 
Eu sempre imaginei o seu país maravilhoso - cheio de côres, com praias douradas, as pessoas alegres, bonitas e musicais - como cantavam os meus adorados: Vinicius de Moraes, Tom Jobim e Toquinho!
Em: "No Alto Amazonas", o local de ação da história não é especificado, mas certamente é inspirado nas selvas amazônicas.



8) Eu gostaria de agradecer mais uma vez essa entrevista - e fazer, se possível, dois pedidos: um desenho autografado  por você com: "Duck Tales" e deixar uma mensagem final para seus fãs e visitantes do blog que desejavam conhecer alguns de seus trabalhos com a Disney.


R: Foi um prazer recordar e responder da forma mais honesta que pude as suas gentis perguntas, desejando que todos continuem desfrutando
deste mundo fantástico que são os "Comics" - os filmes e quadrinhos Disney, além da imaginação e arte que nos é ofertada neste mundo de fantasia.





9) Mestre Xavier, obrigado pela entrevista. Só gostaria de saber se você poderia nos enviar algumas fotos, talvez alguns quadrinhos ou desenhos de capas de revistas e seu auto-retrato (COA Inducks) com personagens da Disney para usarmos como ilustração da sua entrevista.


































R: Luiz, eu enviei mais ou menos os desenhos que me pediu - eu só espero que você goste dêles. Desejo saúde e sorte para todos.




Um abraço.

XAVIER VIVES MATEO

XAVIER VIVES MATEO EM ESPANHOL!

Continuamos nuestra reanudación de las "Chutientrevistas", esta vez con Xavier Vives Mateo, uno de los diseñadores responsables de la cuadrinización de innumerables películas Disney y que también participó en la retomada del espíritu aventurero de Mickey, además de la creación de varias aventuras de "Duck Tales".
Aquí están las preguntas, enviadas por sus fans en Brasil. En primer lugar, gracias por responder a esta entrevista, que me dio el honor de conocer sobre su vida y obra.



1) El rastro de Xavier Vives Mateo está mágicamente arreglado, siempre con las imágenes que nos hacen ver a los personajes como si estuvieran moviendo. ¿Cuándo y cómo comenzó a trabajar con dibujos, y en particular con Disney? ¿Cuál fue la primera portada que diseñó, y su primer cómic?


R: Apreciado Luiz, antes de contestar a tus preguntas, te quiero ofrecer mis disculpas por el retraso en atender a tu petición. 
Como dice el tópico, empece a dibujar desde muy chico. Desde pequeño siempre tuve el interés por la lectura y si tenían dibujos los textos que leía, pues mejor. Aprendí a dibujar fijándome en lo que me inspiraban mis lecturas y la fantasía que estas me sugerían. Disney lo conocí también de pequeño, mis padres eran fans y siempre me compraban sus revistas. Mi primer cómic lo hice mas o menos en la edad de 16 años y tuve la suerte de publicarlo años después.
La primera portada, no me acuerdo, la verdad…



2) Usted ya adaptado a los cómics, dos películas de animación de Walt Disney: "Oliver & Co." y "Ariel, La Sirenita". Cuéntanos cómo fue realizando estos diseños clásicos, reproduciendo fielmente?


R: Trabajar en las versiones en cómic de las películas de animación "Oliver & Co", "Ariel, La Sirenita" y "Aladdin", fueron de gran experiencia para mi. 
Fue un trabajo muy bonito de hacer, tuve la ocasión de trabajar con los model sheets que los dibujantes de la película utilizaban para las mismas y como digo, fueron de gran experiencia para mi.  



3) En 1994, Editor en Dinamarca lanzó una revista que siempre traía "Mickey Misteriers" 'y se puede participar en varias ediciones. Hable sobre su experiencia en el diseño de aventuras, donde el personaje resuelve casos policiales difíciles, como lo fue en los años de 1950 a 1980, cuando Paul Murry dibujó Mickey?


R: Las aventuras del "Mickey Misteries", eran aventuras largas, creo que se publicaban en formato pocket aunque también hice algunas en formato mas grande.
Paul Murry me gustaba mucho como dibujaba las historias de Mickey, que la mayoría eran de aventuras policiacas o del western clásico americano, sin olvidar las de "Súper Goof" y su sobrino Gilberto. 
Como digo disfruté y sigo disfrutando hoy de su lectura.




4) Xavier también dibujó varias historias: "Basil, el ratón", derivadas de la película de Walt Disney.
Hablar de este personaje (Basil), y que era trabajar en esta adaptación del cine al cómic.


R: "Basil, The Great Mouse Detective", también fue para mi importante dibujar sus historias. Recordar el mítico personaje de Conan Doyle en formato ratoncito, Sherlock Holmes y en el Londres de espesa niebla y humedad del siglo XIX, fue para mi emocionante y sobre todo siguiendo el camino que precedió la estupenda película de Disney: "Basil, The Great Mouse Detective".




5) ¿Quiénes son los ídolos de Xavier Vives Mateu, tanto en los dibujos animados e comics de Disney, como de los otros autores?


R: De artistas del comic y la animación que admiro son muchos, porque me considero un gran lector y aficionado.
Desde que tengo memória, me han acompañado siempre en mi camino.
Como no nombrar a: Carl Barks, Floyd Gottfredson, Paul Murry, Jack Bradbury, Vicar, Branca, Cavazzano y muchísimos mas que el mundo Disney ha creado. 
Sin olvidar a Alex Raymond, Harold Foster, Milton Caniff, Will Eisner, Jean Giraud y un grandísimo etc.



6) El Brasil ama el Tio Gilito en "Ducktales". ¿Cómo fue tu etapa en dibujar varias historias que se derivan de la serie de televisión?



R: Histórias de los "Duck Tales", ha decir verdad, dibujé pocas (7) porque enseguida pasé a otras producciones. Pero me gustaban sus aventuras por las frondosas y misteriosas junglas del amazonas.



7) ¿Y qué sabe usted de Brasil? ¿Ha visitado mi país, y alguna vez has pensado en escribir una historia de Disney usando mi país como telón de fondo? 
Por ejemplo, la aventura: "Mickey, Up the River" se basó en el estado brasileño de Amazonas?



R: Brasil, muy a mi pesar, no he tenido ocasión de visitarlo, siempre he imaginado su maravilloso país, lleno de colores, playas doradas, gente alegre, bella y musical, como cantaba mi admirado Vinicius de Moraes, Jobim y Toquinho…
En "Mickey, Up The River", no se concreta el lugar de la acción, pero indudablemente está inspirado en las junglas amazónicas.




8) Me gustaría dar las gracias de nuevo por la entrevista, y hacer, si es posible, dos peticiones: un dibujo firmado por usted: de los "Duck Tales" y dejar un mensaje final para sus fans y visitantes del blog que quieran conocer un poco de su trabajo con Disney.



R: Ha sido un placer contestar en lo que sinceramente he podido y recuerdo a sus amables preguntas y desearles a todos que sigan disfrutando de este mundo fantástico que es el cómic, el cómic Disney, sus películas y toda la imaginación y arte que nos ofrece este mundo de fantasía. 



9) Maestro Xavier, gracias por la entrevista. Sólo gustaría saber si usted podría enviarnos algunas fotos, tal vez algunos cómics, o dibujos de las portadas de revistas y su autorretrato (COA Inducks) con los personajes de Disney para que pudiéramos utilizar como una ilustración de su entrevista.


R: Les deseo salud y fortuna para todos. Luiz, os envio mas o menos los dibujos que me pides, espero que sean de vuestro agrado.
Les deseo salud y fortuna para todos.



Un abrazo,

XAVIER VIVES 

20.8.17

OS PESQUISADORES 01: ALBERTO BECATTINI

Após um ano, retomei a postagem destas incríveis conversas com artistas Disney do mundo inteiro! A primeira desta nova fase faz parte da série: "Os Pesquisadores" - que são "Chutientrevistas" que promovem o trabalho dedicado e incansável de pessoas que amam quadrinhos, e através de suas pesquisas sobre o trabalho de cada autor conseguem recuperar raridades inimagináveis.
Por exemplo: tanto as tiras do Mickey feitas por Gottfredson (Lançadas recentemente no Brasil) quanto as do Pato Donald de Al Taliaferro, que deverão ser publicadas em 2018 pela Abril, são fruto de seu trabalho.
Alberto Becattini é um apaixonado pesquisador de histórias em quadrinhos (Já conheceu e conversou com grandes Mestres Disney ) que é respeitado no mundo tôdo. Extremamente simpático, nos conta um resumo de sua vida, e sôbre seus livros - inclusive do mais recente - que tem um capítulo dedicado ao Brasil e seus artistas!


Caro Luiz:
Aqui estão as respostas para as suas perguntas. Espero que sejam satisfatórias.
Obrigado, e espero ver a postagem em breve.

Alberto



1) Mestre Alberto Becatini, primeiramente agradeço por responder a estas perguntas. Você é conhecido como um dos maiores pesquisadores de quadrinhos de Walt Disney, autor de vários livros que explicam como aqueles artistas se eternizaram através de seus desenhos mágicos. 
E aquele garoto na capa de seu livro mais recente é você mesmo, o que mostra seu amor pelo que faz!
Quando, e como você começou a sua carreira de especialista em quadrinhos - e nos conte sobre seu novo livro: "A Disney Comics, The Whole Story" (Quadrinhos Disney, A História toda) onde há um capítulo dedicado aos nossos artistas brasileiros?



R: Em primeiro lugar, obrigado pelo "Mestre", eu me sinto lisonjeado. Eu comecei a me interessar por quadrinhos desde minha infância - por volta dos cinco anos de idade - quando aprendi a ler.
Pouco tempo depois de ler muitos gibis - não só o "Topolino" (Mickey) - mas também "Mandrake", "O Homem Mascarado" (Fantasma), "Flash Gordon" e "Nembo Kid" (Superman, na Itália) eu tive o desejo de saber mais sobre os autores dessas histórias.
Naquele tempo (Início dos anos sessenta) não era fácil, pois as pouquíssimas informações que circulavam - muitas delas - não eram verdadeiras, ou parciais!
Foi assim que aos poucos, eu montei um tipo de arquivo - onde eu escrevia (Rigorosamente à mão) os títulos de cada história - com o nome de seu desenhista.
Já nos anos setenta  eu descobri livros como: "Who is Who of American Comic Books" (Quem é quem nos Quadrinhos Americanos) de Jerry Bails e Hames Ware, e a revista: "Funnyworld" (Mundo Engraçado) de Mike Barrier - que "abriram meus olhos" para os quadrinhos dos EUA e particularmente , Walt Disney.







Bails e Ware me deram os enderêços de vários desenhistas - para quem escrevi um monte de cartas cheias de perguntas, recebendo então muitas respostas!
Ao passar dos anos, continuei minha pesquisa nos Arquivos Disney e seus colaboradores - chegando até mesmo a entrevistá-los pessoalmente.
Quando em 1987, comecei a pensar num livro que iria contar a história dos quadrinhos Disney no mundo, resolvi então escrever aos editores de outros países.
Entre êles, estava Júlio de Andrade Filho (Roteirista e Editor) um dos diretores da Editora Abril,  que me enviou um monte de informações sobre seus autores e personagens.
Em meu livro, que conta 86 anos de história dos quadrinhos Disney no mundo (1930-2016),  eu dediquei naturalmente um capítulo inteiro à "Disney Brasil" -  onde surgiram grandes talentos como: Ivan Saidenberg, Carlos Edgard Herrero, Primaggio Mantovi, Carlos Mota, Luiz Podavin e Moacir Soares Rodrigues, só para citar alguns!










ATENÇÃO: ​​Meu livro está disponível no site da editora: "Theme Park Press", e na Amazon.




2) Eu gosto do traço de um artista espetacular, Paul Murry - que juntamente com o roteirista Carl Fallberg - definitivamente cultivaram uma personalidade dinâmica e aventureira para o  Mickey.
Em 2012, publicou seu livro: "Paul Murry: Mice, Ducks e Cheescake" onde nos mostra um Murry diferente, desconhecido do  público. Poderia nos comentar sôbre este livro?
Existem parentes vivos deste "gênio" que poderiam autorizar e publicar sua obra completa em quadrinhos num futuro próximo, como aconteceu com Carl Barks e Floyd Gottfredson?


R: Eu sempre amei o Mickey de Murry! Na verdade, eu cresci com "êsse Mickey" - nos anos sessenta, quase sempre eram as suas histórias que eu lia. 
Aquelas aventuras maravilhosas em episódios escritos por (Carl) Fallberg, publicadas nos EUA no gibi: "Walt Disney Comics  and Stories" e que na Itália eram apresentadas de uma só vêz, como uma história única.

*Nota do blog: No Brasil também sempre foram publicadas completas.

R: Quando escrevi o perfil do livro dedicado à Murry, eu queria destacar acima de tudo, que ele não desenhou só Disney - como comprovam seus personagens: "Pinups", e o cowboy: "Buck O'Rue".


Acredito que Murry têve vários filhos e muitos netos, mas não depende deles decidirem se seu trabalho pode ou não ser publicado.
Os direitos autorais são da Disney, e só a Disney pode dar permissão.
No entanto, aqui na Itália anos atrás, tentamos republicar suas histórias no Especial: "I Maestri Disney" (Mestres Disney) - mas a resposta dos leitores foi  menor do que a esperada.
Na Europa...Murry é considerado um "autor menos importante" - que não tem sequer um têrço da força de Barks, Gottfredson, Scarpa ou Don Rosa.
Enquanto isso, nos EUA saiu um livro excelente contendo tôdas as tiras do "Buck O'Rue".




3) Romano Scarpa era um animador, roteirista e desenhista.
Em 2014, o "Corriere della Sera" publicou uma coleção de suas obras completas
(Inédita no Brasil).
Scarpa acrescentou na "árvore genealógica" de Carl Barks vários novos personagens.
Conte-nos sobre a sua participação neste "Projeto Scarpa", juntamente com Luca Boschi?
E o livro que você fêz: "Don Rosa e o Renascimento da Disney"?










A: Isso foi uma obra monumental sobre Scarpa em 51 volumes, o qual Luca e eu dedicamos  um ano inteiro de trabalho, semana após semana.
Mas também foi um prazer enorme. Nós éramos grandes amigos de Romano, e fizemos êste trabalho para homenageá-lo (Eu acredito) da melhor maneira possível.
Fomos capazes de publicar práticamente tudo o que ele produziu ao longo de mais de 50 anos, incluindo as histórias "não disneyanas" do: Angelino, Wolf, Yogi, etc.
Romano foi, sem dúvida, o maior da "Disney Itália" e hoje é justamente o mais conhecido no exterior - incluindo os Estados Unidos, onde suas histórias saem regularmente nos gibis da Editora IDW.
Na verdade, elas são publicadas nos Estados Unidos desde 1988 -  quando eu, Luca Boschi, Leonardo Gori e Andrea Sani (Que escrevemos juntos dois livros sobre Scarpa) propusemos suas histórias para a Editora Gladstone - que na verdade publicou várias, algumas traduzidas por mim, com prefácios meus e do Leonardo (Gori).




"Don Rosa e O Renascimento da Disney" escrito com Leonardo Gori e Francesco Stajano em 1997 - foi o primeiro ensaio sobre Don, em todo o mundo.
Hoje é um dos autores mais queridos da Disney, mesmo na Itália.
O engraçado é que, quando escreví o livro ainda não sabia em detalhes, mas um ano depois comecei a traduzir suas histórias do Tio Patinhas, e eu gosto muito da sua maneira de se expressar, encontrando gags convincentes e seu traço, é definitivamente original!
Hoje somos grandes amigos, e recentemente tive o prazer de entrevistá-lo na "Napoli Comicon".




4) Meu grande amigo, Mestre Luciano Gatto, é uma lenda dos quadrinhos Disney. Sempre que pode, me envia alguns de seus gibis clássicos digitalizados por êle mesmo e ainda inéditos no Brasil - através do "WeTransfer" para eu traduzir para o Português, a fim de colocar no meu blog "Chutinosaco" e no "ISSUU".
Quem sabe, possamos postar a maioria das suas histórias, tornando-as disponíveis para os fãs gratuitamente.
Você também tem um blog (Alberto's Page), onde revela suas atividades e projetos. Também é um colecionador de quadrinhos - conte-nos sobre o seu blog e sua coleção?



R: Eu conheço Luciano há mais de 20 anos. É uma pessoa maravilhosa e um grande artista, que também colaborou várias vêzes com Scarpa.
Sempre nos encontramos por ocasião dos eventos de quadrinhos - e é bom ver que, com mais de 80 anos, ainda tem grande entusiasmo, preservando a modéstia que sempre o distinguiu.
No meu blog: (http://alberto-s-pages.webnode.it/) eu tento falar sobre os autores menos conhecidos, e lidar tanto com desenhistas realistas, quanto aqueles animadores que também fizeram quadrinhos de "animais engraçados". 
O meu objetivo é sempre o mesmo ... promover os artistas muitas vêzes desconhecidos, que merecem (Pelo menos na minha opinião) tôda atenção e reconhecimento.




5) Você poderia fazer uma comparação dos primeiros quadrinhos na Itália no gibi do "Topolino" - os artistas que foram pioneiros: Angelo Bioletto, Giuseppe Perego, Giovan B. Carpi, Luciano Bottaro, Giulio Chierchini, etc. e os da "Nova Geração" como: Casty, Marco Gervasio, Donald Soffritti, Silvia Zicchi, Libero Ermetti, etc.?
E o que pode ser dito dos roteiristas: Carlo Chendi, Guido Martina, Rodolfo Cimino...e o que mudou nas histórias da Disney hoje, feitas por: Carlo Panaro, Francesco Artibani, Tito Faraci, e outros?



R: É uma questão muito complexa, que exigiria uma resposta longa e detalhada!
Digamos que, em geral, as histórias da Disney produzidas na Itália refletem a época em que elas foram feitas ... mas algumas têm resistido ao teste do tempo, como as grandes "Paródias" escritas por Martina, à partir do "Inferno de Dante" com o Mickey desenhado por Bioletto.
As três histórias de Mickey produzidas por Bioletto são formidáveis, mas ele nunca foi considerado um autor Disney, porque ele era um ilustrador, e naquela época (1948-1950) a idéia generalizada ainda era que os quadrinhos eram uma coisa menor - tipo a "Serie B" do futebol.
Tanto o Perego, que trabalhava na redação do "Topolino", quanto Carpi, Scarpa, Chierchini e Bottaro foram os primeiros a perceber que os  quadrinhos Disney assim como os demais autores (Mesmo os de  comédia) poderiam tornar-se uma forma de arte.
A genialidade de (Guido) Martina, que era um homem de grande cultura e efetivamente depositou nos quadrinhos Disney todo o seu conhecimento literário, bem como Scarpa foi talvez o primeiro a colocar referências ao cinema.
É preciso dizer que muito da produção de Walt Disney dos anos trinta aos sessenta tinha "um olhar internacional" e por muitas vêzes íntimamente ligada à realidade italiana... e é surpreendente que essas histórias são apreciadas no exterior, especialmente em vários "livros de bolso" correspondentes aos nossos "Clássicos Walt Disney".
Óbviamente, existem exceções... Scarpa foi considerado o autor italiano "mais americano".
Chendi, Cimino, Barroso e seus irmãos escreveram histórias de aventura, imaginativas e emocionantes, perfeitamente compreensíveis para qualquer tipo de leitor. 
(Giorgio) Cavazzano lançou um novo estilo que imediatamente agradou e foi imitado em toda parte, Marco Rota era (E ainda é) o melhor imitador de Barks.


Quanto aos tempos mais recentes, eu acredito que existam grandes talentos, como: Mastantuono, Gervasio, Pastrovicchio ... e entre os escritores, lembrarmos de Fausto Vitaliano - mas, de todos, o excepcional Andrea "Casty" Castellan - que não por acaso, também é popular na EUA.
Ao contrário de outros, Casty tem muita atenção e respeito à grande tradição dos quadrinhos Disney (Eu acho particularmente, por Gottfredson e Scarpa), suas histórias são complexas e interessantes.
Eu não posso dizer o mesmo para a maioria das histórias produzidas hoje em dia - não só na Itália!
Talvez estejam muito ligadas aos eventos atuais, o estigma desta sociedade dominada pelas redes sociais.
Eu não sei se elas passarão ao teste do tempo!




6) Maestro Alberto Becattini, já agradecendo sua participação nesta entrevista sensacional dedicada aos seus fãs brasileiros e portuguêses .
Gostaria de saber se é verdade o que eu li, você está colaborando para compilar a obra completa de Al Taliaferro (De quem sou um ávido fã)?
E saber quando você virá ao Brasil, para que eu possa conhecê-lo, e obter um de seus livros, autografado, com uma dedicação especial?
E peço por favor, que nos deixe uma mensagem final!


R: É, nós "fizemos" um Especial do Taliaferro há dois anos, com a "ANAFI" (Uma associação de fãs de desenhos animados da qual sou membro) que reuniu as tiras do Pato Donald de 1951 a 1952, até então inéditas.
De fato, há um projeto para publicar também na Itália toda a produção de Taliaferro - em breve - como a (Editora) IDW (Para quem eu trabalho) está fazendo nos EUA. Mas não há nada definido ainda.
Outros projetos incluem a publicação das tiras semanais do Mickey de Bill Walsh e Manuel Gonzales, 1948-1955, e as histórias britânicas do
Mickey com "Eta Beta" (Que vocês chamam de Esquálidus) desenhado por Ronald Nielsen.
Quem sabe, talvez, pelo menos, um desses projetos vai "sair da gaveta"!
Eu adoraria ir ao Brasil, também para conhecer você e pelo menos alguns dos seus autores Disney (O único que eu tive o prazer de encontrar foi Primaggio Mantovi, que era um grande amigo de Giovan Battista Carpi.
Estou muito satisfeito que no Brasil não são só entusiastas como você que apreciam os bons quadrinhos Disney, e há um interesse nos grandes autores que nos fizeram sonhar todos estes anos.
Quem sabe, talvez um dia?


E atenção, por favor ...

Um convite para Alberto Becattini


Mestre Alberto Becattini, eu pertenço a um grupo de colecionadores apaixonados, chamado: "Grupo Esquiloscans" (Que em nosso servidor web, tem uma coleção de mais de 30.000 cópias de histórias em quadrinhos Disney em todo o mundo, composta de scans com 300 dpi de qualidade).

Sabendo sua paixão por quadrinhos Disney, eu gostaria de convidá-lo, em meu nome e de nossos fundadores Edilson e Lobopuava, para ser nosso "membro honorário" e ter acesso ilimitado aos nossos arquivos no Estoque de Quadrinhos Virtuais (Livre) para ler e usar em suas pesquisas futuras.

Se você aceitar o meu convite, você receberá uma senha exclusiva com instruções para acessar o e-mail e também poderá participar de nosso grupo de discussões - o que seria um privilégio - porque além de amigos, somos fãs como você e amamos os quadrinhos Disney de todas as épocas! (Um resultado de mais de 10 anos de dedicação e muita paixão).
É assim como eu faço no meu blog "Chutinosaco" vários gibis virtuais em compilações gratuitas e exclusivas, com artistas como: Murry, Gatto, Scarpa, Strobl, Bradbury, etc.
Para entender melhor, eu estou enviando um link para acessar um tributo a Luciano Gatto, com uma entrevista especial, que é composta de quatro histórias em Português.
Também envio o link do Especial do Grupo Esquiloscans, sobre Paul Murry.
Aguardo sua resposta, incluindo este meu convite especial, uma vez que a sua admissão no grupo Esquiloscans será uma honra, pode ter certeza disso!

Obrigado, e um grande abraço do Brasil.






R: Eu conheço o Esquiloscans, que por sinal me foi muito útil na composição do capítulo brasileiro no meu livro. Eu ficaria honrado em fazer parte do seu grupo, e dar a minha contribuição, se puder.
Aproveito esta oportunidade para agradecer a você por esta entrevista. Foi um prazer e um privilégio falar contigo, e espero que, no futuro, eu possa participar regularmente, através do seu grupo de discussão.
Saudações a todos, aqui de Florença!



30/08/2016



Mestre Alberto ...ou melhor, meu amigo Alberto... as respostas foram realmente surpreendentes!
Muito obrigado! Obrigado por me dar a honra de entrevistá-lo!
E obrigado por concordar em participar do "Esquiloscans", fato que fizeram meus amigos felizes, depois de 10 anos de existência do nosso Grupo, sempre juntando gibis do mundo todo e colecionando  quadrinhos originais brasileiros publicados, da primeira edição até hoje.
Enviarei assim que possível, todas as nossas instruções para a sua associação como membro honorário e acesso ao nosso servidor web e os quadrinhos - e o procedimento necessário - especialmente honroso para o nosso grupo.
Só uma curiosidade ... como você conheceu o: "Grupo Esquiloscans"?
Muito em breve sua entrevista será postada no "Chutinosaco" com fotos e ilustrações, ok?
Entrevistamos em 2016 o grande brasileiro Álvaro de Moya. 
Em 2017 nós teremos: Corrado Mastantuono, Xavier Mateu Yves, Wilson Vieira, e o filho de Pete Alvarado!
A cada nova entrevista, eu aviso por e-mail, ok?
Eu sinto muito, eu esqueci de perguntar ... sobre o desenhista Paul Murry, você teve contato com algum membro da família ou amigo, quando você fêz o seu livro?
Aviso: Mando no final desta semana todas as instruções para que você possa acessar o nosso estoque no servidor web e o e-mail do Grupo Esquiloscans para que possamos sempre falar sobre quadrinhos que amamos tanto!



R: Obrigado mais uma vez, Luiz, foi um prazer !

Estou ansioso para ver a entrevista no seu blog, que é muito interessante.

Sobre Paul Murry, não...eu nunca conheci, nem estive em contato com nenhum de seus parentes.
Eu realizei meu trabalho com base nas poucas entrevistas que concedeu (Particularmente, às de Klaus Strzyz, Wayne DeWald e Jim Korkis).
Ele era uma pessoa muito reservada, o que até posso entender.

Nos seus últimos anos de vida, ele morava sozinho no deserto da Califórnia. Um Mestre!

Álvaro de Moya! Aqui está outro professor brasileiro que conheci, na década de noventa, no comêço do Milênio.

Álvaro estava sempre em Lucca, e em Roma, por isso nos encontramos muitas vêzes.
Eu me pergunto se ainda lembra de mim!


(Entrevista realizada em Agosto de 2016)  



Um abraço.
ALBERTO BECATTINI

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