Aos poucos vamos retomando a missão prazeirosa de colocar os primeiros 70 gibis do "Tio Patinhas" na web. Agora teremos a colaboração de Knight - que restaura para todos os amigos "Blogueiros BR/PT".
Mais uma vez, obrigado Luiz! Uma missão e tanto, que talvez nem seja impossível, tendo em vista a dedicação e generosidade de tantos colaboradores, e sua em especial! Que o ano que vem seja em grande estilo pra comemorar os 50 anos desta ótima revista! um abraço!
Sabe Rodrigo...o meu sonho está se realizando...graças ao esfôrço incansável destes amigos e colaboradores - que sonham junto comigo! E quando vejo que estou deixando você e outros amigos compartilhar este sonho...aí sim, percebo que a minha luta valeu! E viremos com muitas novidades nos "50 anos do Tio Patinhas" em 2013! Um grande abraço e obrigado!
A sabedoria popular reza que reviver o passado é sofrer duas vezes.
Nada mais certo que isso e, no caso dos gibis, eu não me contentei apenas em voltar a lê-los para me sentir feliz como no passado mas sim, para descobrir que tipo de sentimentos e necessidades as fantasias gibizescas mascaravam em mim.
He, he... Isso sim, realmente foi sofrer duas vezes.
Mascaravam em mim a falta de perspectiva, a solidão, a falta de amor, a ânsia de liberdade que eu não tinha, a falta de um lugar no mundo e na família, etc.
Como vê, eu nunca entendi muito bem por que eu gostei tanto de gibis na infância e a única resposta que me vinha à mente era: eu não gostava realmente mas, de certa forma, fui obrigado a gostar.
Entender isso fez-me tomar contacto com minhas dores infantis e entender no presente o quão vitorioso eu fui na minha vida.
O livro Nova Patópolis foi muito bem escrito e, de certa forma, mostrou-me como seriam os personagens Disney caso eles fossem humanos como nós, ou seja, seriam exatamente iguais a mim, cheio de dramas íntimos e perguntas sem respostas que somente numa idade mais adiantada é que somos capazes de respondê-las, isso se houver coragem, determinação e interesse de nossa parte.
Digo coragem pois é muito mais fácil pensarmos que gostávamos de uma coisa e ponto final do que nos indagarmos sobre os porquês de nós gostarmos de tal coisa.
Como nunca gostei de respostas fáceis e no fundo eu sentia que essa resposta era imprecisa e muito vaga, fiz questão de ir mais adiante, pois não acreditava que eu fosse um babaca como certos amigos de gibis que eu tinha e que no fundo eu os desprezava, apesar de serem meus únicos amigos.
Pode parecer duro eu falar dessa forma a respeito dos gibis mas como os gibis me proporcionavam fantasias que aliviavam a minha falta de sentido na vida, eu achava que gostava deles pura e simplesmente por eles serem divertidos e nada mais.
Foi aí que eu entendi que eles realmente não eram divertidos, mas diante da escassez de estímulos que eu vivia, os gibis foram praticamente uma riqueza de estímulos para mim, ao menos para a minha imaginação.
Os gibis, de certa forma, obrigaram-me a fazer amigos, coisa que dificilmente eu me esforçaria para fazer visto minha família ser muito fechada socialmente e não incentivar os filhos a se socializarem e, algumas vezes, até punirem os filhos por andarem com pessoas que "não prestavam", segundo os valores crentes de minha família.
É interessante a gente redescobrir essas coisas acerca de nosso passado, apesar de que relembrar essas coisas, segundo o povo, é sofrer duas vezes.
Oras, sofrer duas vezes é quando ainda não nos distanciamos suficientemente dos fatos no tempo e ficamos tentando entendê-los racionalmente dominados pela emoção que nos provocam.
Hoje, já com 49 anos de idade, relembro-me dessas coisas e elas dóem um pouco, mas depois desaparecem de meu íntimo pois são devidamente racionalizadas sem prejuízo para meu ego.
Finalizando, eu sempre tive curiosidade de saber o papel que os gibis Disney representaram para mim em minha infância e parece-me, ou melhor, tenho certeza de que finalmente compreendi esse papel.
Mais uma vez, obrigado Luiz! Uma missão e tanto, que talvez nem seja impossível, tendo em vista a dedicação e generosidade de tantos colaboradores, e sua em especial! Que o ano que vem seja em grande estilo pra comemorar os 50 anos desta ótima revista! um abraço!
ResponderExcluirSabe Rodrigo...o meu sonho está se realizando...graças ao esfôrço incansável destes amigos e colaboradores - que sonham junto comigo! E quando vejo que estou deixando você e outros amigos compartilhar este sonho...aí sim, percebo que a minha luta valeu!
ExcluirE viremos com muitas novidades nos "50 anos do Tio Patinhas" em 2013!
Um grande abraço e obrigado!
Luiz Dias
Luiz Dias:
ResponderExcluirA sabedoria popular reza que reviver o passado é sofrer duas vezes.
Nada mais certo que isso e, no caso dos gibis, eu não me contentei apenas em voltar a lê-los para me sentir feliz como no passado mas sim, para descobrir que tipo de sentimentos e necessidades as fantasias gibizescas mascaravam em mim.
He, he... Isso sim, realmente foi sofrer duas vezes.
Mascaravam em mim a falta de perspectiva, a solidão, a falta de amor, a ânsia de liberdade que eu não tinha, a falta de um lugar no mundo e na família, etc.
Como vê, eu nunca entendi muito bem por que eu gostei tanto de gibis na infância e a única resposta que me vinha à mente era: eu não gostava realmente mas, de certa forma, fui obrigado a gostar.
Entender isso fez-me tomar contacto com minhas dores infantis e entender no presente o quão vitorioso eu fui na minha vida.
O livro Nova Patópolis foi muito bem escrito e, de certa forma, mostrou-me como seriam os personagens Disney caso eles fossem humanos como nós, ou seja, seriam exatamente iguais a mim, cheio de dramas íntimos e perguntas sem respostas que somente numa idade mais adiantada é que somos capazes de respondê-las, isso se houver coragem, determinação e interesse de nossa parte.
Digo coragem pois é muito mais fácil pensarmos que gostávamos de uma coisa e ponto final do que nos indagarmos sobre os porquês de nós gostarmos de tal coisa.
Como nunca gostei de respostas fáceis e no fundo eu sentia que essa resposta era imprecisa e muito vaga, fiz questão de ir mais adiante, pois não acreditava que eu fosse um babaca como certos amigos de gibis que eu tinha e que no fundo eu os desprezava, apesar de serem meus únicos amigos.
Pode parecer duro eu falar dessa forma a respeito dos gibis mas como os gibis me proporcionavam fantasias que aliviavam a minha falta de sentido na vida, eu achava que gostava deles pura e simplesmente por eles serem divertidos e nada mais.
Foi aí que eu entendi que eles realmente não eram divertidos, mas diante da escassez de estímulos que eu vivia, os gibis foram praticamente uma riqueza de estímulos para mim, ao menos para a minha imaginação.
Os gibis, de certa forma, obrigaram-me a fazer amigos, coisa que dificilmente eu me esforçaria para fazer visto minha família ser muito fechada socialmente e não incentivar os filhos a se socializarem e, algumas vezes, até punirem os filhos por andarem com pessoas que "não prestavam", segundo os valores crentes de minha família.
É interessante a gente redescobrir essas coisas acerca de nosso passado, apesar de que relembrar essas coisas, segundo o povo, é sofrer duas vezes.
Oras, sofrer duas vezes é quando ainda não nos distanciamos suficientemente dos fatos no tempo e ficamos tentando entendê-los racionalmente dominados pela emoção que nos provocam.
Hoje, já com 49 anos de idade, relembro-me dessas coisas e elas dóem um pouco, mas depois desaparecem de meu íntimo pois são devidamente racionalizadas sem prejuízo para meu ego.
Finalizando, eu sempre tive curiosidade de saber o papel que os gibis Disney representaram para mim em minha infância e parece-me, ou melhor, tenho certeza de que finalmente compreendi esse papel.
Abraços.