Venho novamente relatar-lhe minhas experiências subjetivas em minha evolução literária.
Lembro-me que aos 20 anos de idade eu tentei retornar à leitura das revistas em quadrinhos, pois lembrava-me do quanto elas haviam me estimulado na consecução do meu ensino fundamental e médio (antigamente 1o. e 2o. grau).
Confesso que não fui muito bem sucedido nesse retorno porque as histórias em quadrinhos Disney não mais me fascinavam como antigamente.
Daí comecei a ler os livros de Sidney Sheldon, Sherlock Holmes, Aghata Christie, etc. mas eles tinham o grave defeito de serem finitos, ou seja, lia-se todos e depois não mais haviam livros para eu fazer dessas leituras um hábito frequente.
Depois, aos 28 anos conheci o kardecismo e me apaixonei pela literatura espírita o que me proveu de interesse literário por mais uns 3 anos.
Infelizmente, eu já tinha lido quase todos os romances espíritas publicados e me vi às voltas com o mesmo problema anterior: a finitude dos livros já publicados e a demora em se publicar novas histórias.
Eu, em casa, tenho mais de 500 bolsilivros em papel que fui comprando em sebos: de espionagem, faroeste, guerra, romance, policial, etc.
É claro que até o momento não li nem um décimo desses bolsilivros mas esta semana, diante de meu desinteresse crescente pelos quadrinhos, pus-me a ler alguns bolsilivros de espionagem e policiais.
Qual não foi a minha surpresa quando percebi que aquela sensação de novidade e de aventura retornou diante dessa simples leitura.
Foi realmente para mim um redescoberta do prazer de ler e viver aventuras emocionantes na imaginação, apenas com narração e diálogos, sem figuras.
É claro que minha retomada da leitura dos gibis teve um papel importante na reativação de certas vias neurais em meu cérebro, responsáveis pelo prazer da leitura, pois fiquei muitos anos(creio que mais de 12 anos) sem ler livros e a via neural responsável por este prazer de ler estava já encoberta por outras vias neurais mais atuais, mais focadas no sucesso profissional e financeiro.
Eu me expresso em termos de vias neurais pois já li um livro de neurologia que descrevia como se formavam os hábitos em nosso cérebro, através da repetição (reforço) de atividades que nos dão prazer ou atenuam alguma sensação ruim em nós.
É claro que a literatura bolsilivresca em nosso tempo era um entretenimento de adulto e, infelizmente, essa evolução natural de nosso gôsto pela leitura dos gibis para os bolsilivros não nos foi possível, visto que os gibis já estavam decaindo no gôsto popular e os bolsilivros mais ainda.
Felizmente ainda existem os sebos que preservaram essas relíquias de bolsilivros para nós daquela geração a preços absurdamente baixos.
Quem sabe se um dia eu não crie um blog somente para bolsilivros?
Acredito que muitos fãs de gibis ainda adultos acabarão percebendo que os bolsilivros seriam a evolução natural para a fase adulta de nosso gôsto pela leitura de gibis.
He, he... Parece-me piada hoje mas diante da leitura dos bolsilivros fui percebendo o quanto a literatura espírita é de cunho esquerdista.
Acredito que a minha incompatilibilização numa certa idade de meus ideais direitistas se deveu em muito à paixão que nutri por um certo tempo pela literatura espírita.
Eu não conseguia entender como esse gôsto emocional pelas teses esquerdistas se instalou em mim e passaram a provocar um conflito enorme entre o que eu pensava e o que eu sentia.
He, he... Mais uma prova da manipulação ideológica através dessas neo-religiões que se dizem racionais.
Desde que me dou por gente, ser racional ou intelectual socialmente sempre significou fazer eco às teses marxistas, principalmente nas universidades, visto que enquanto os militares fiscalizavam o ensino ministrado às crianças, as universidades que são o verdadeiro berço das idéias intelectuais, ficaram ao Deus dará, sem fiscalização.
Agora entendo o erro que cometi mas na época eu estava muito abalado com a morte de um sobrinho meu de 12 anos, assassinado por bandidos.
Daí fiquei vulnerável ao canto de sereia do kardecismo que acenou para mim com a possibilidade deste meu sobrinho estar vivo em outra dimensão ou vir a reencarnar mais tarde.
He, he... Quanta besteira a gente faz na vida quando está abalado emocionalmente.
Felizmente, a idade da razão chegou para mim e essas coisas do passado foram devidamente assimiladas e racionalizadas.
Numa certa idade a gente se pergunta onde foi que erramos se achamos que fizemos tudo certo.
Agora sei que meu erro foi ter dado ouvidos ao kardecismo, ainda mais que na época eu estava apaixonado por uma garota que me levou certa vez num centro espírita.
Daí, juntando paixão por uma garota e a dor da perda de um sobrinho, a coisa degringolou.
Foi exatamente esse o erro que cometi mas talvez não tenha sido tão errado assim já que através dessa experiência mística consegui compreender a necessidade da religião para a minha mãe para suportar uma vida vazia e sem sentido.
Enfim, mais um erro de minha parte que hoje eu vejo mais como acerto do que como erro, apesar do estrago que fez em minha forma direitista de interpretar o mundo e a sociedade.
Luiz Dias:
ResponderExcluirVenho novamente relatar-lhe minhas experiências subjetivas em minha evolução literária.
Lembro-me que aos 20 anos de idade eu tentei retornar à leitura das revistas em quadrinhos, pois lembrava-me do quanto elas haviam me estimulado na consecução do meu ensino fundamental e médio (antigamente 1o. e 2o. grau).
Confesso que não fui muito bem sucedido nesse retorno porque as histórias em quadrinhos Disney não mais me fascinavam como antigamente.
Daí comecei a ler os livros de Sidney Sheldon, Sherlock Holmes, Aghata Christie, etc. mas eles tinham o grave defeito de serem finitos, ou seja, lia-se todos e depois não mais haviam livros para eu fazer dessas leituras um hábito frequente.
Depois, aos 28 anos conheci o kardecismo e me apaixonei pela literatura espírita o que me proveu de interesse literário por mais uns 3 anos.
Infelizmente, eu já tinha lido quase todos os romances espíritas publicados e me vi às voltas com o mesmo problema anterior: a finitude dos livros já publicados e a demora em se publicar novas histórias.
Eu, em casa, tenho mais de 500 bolsilivros em papel que fui comprando em sebos: de espionagem, faroeste, guerra, romance, policial, etc.
É claro que até o momento não li nem um décimo desses bolsilivros mas esta semana, diante de meu desinteresse crescente pelos quadrinhos, pus-me a ler alguns bolsilivros de espionagem e policiais.
Qual não foi a minha surpresa quando percebi que aquela sensação de novidade e de aventura retornou diante dessa simples leitura.
Foi realmente para mim um redescoberta do prazer de ler e viver aventuras emocionantes na imaginação, apenas com narração e diálogos, sem figuras.
É claro que minha retomada da leitura dos gibis teve um papel importante na reativação de certas vias neurais em meu cérebro, responsáveis pelo prazer da leitura, pois fiquei muitos anos(creio que mais de 12 anos) sem ler livros e a via neural responsável por este prazer de ler estava já encoberta por outras vias neurais mais atuais, mais focadas no sucesso profissional e financeiro.
Eu me expresso em termos de vias neurais pois já li um livro de neurologia que descrevia como se formavam os hábitos em nosso cérebro, através da repetição (reforço) de atividades que nos dão prazer ou atenuam alguma sensação ruim em nós.
É claro que a literatura bolsilivresca em nosso tempo era um entretenimento de adulto e, infelizmente, essa evolução natural de nosso gôsto pela leitura dos gibis para os bolsilivros não nos foi possível, visto que os gibis já estavam decaindo no gôsto popular e os bolsilivros mais ainda.
Felizmente ainda existem os sebos que preservaram essas relíquias de bolsilivros para nós daquela geração a preços absurdamente baixos.
Quem sabe se um dia eu não crie um blog somente para bolsilivros?
Acredito que muitos fãs de gibis ainda adultos acabarão percebendo que os bolsilivros seriam a evolução natural para a fase adulta de nosso gôsto pela leitura de gibis.
Luiz Dias:
ResponderExcluirHe, he... Parece-me piada hoje mas diante da leitura dos bolsilivros fui percebendo o quanto a literatura espírita é de cunho esquerdista.
Acredito que a minha incompatilibilização numa certa idade de meus ideais direitistas se deveu em muito à paixão que nutri por um certo tempo pela literatura espírita.
Eu não conseguia entender como esse gôsto emocional pelas teses esquerdistas se instalou em mim e passaram a provocar um conflito enorme entre o que eu pensava e o que eu sentia.
He, he... Mais uma prova da manipulação ideológica através dessas neo-religiões que se dizem racionais.
Desde que me dou por gente, ser racional ou intelectual socialmente sempre significou fazer eco às teses marxistas, principalmente nas universidades, visto que enquanto os militares fiscalizavam o ensino ministrado às crianças, as universidades que são o verdadeiro berço das idéias intelectuais, ficaram ao Deus dará, sem fiscalização.
Agora entendo o erro que cometi mas na época eu estava muito abalado com a morte de um sobrinho meu de 12 anos, assassinado por bandidos.
Daí fiquei vulnerável ao canto de sereia do kardecismo que acenou para mim com a possibilidade deste meu sobrinho estar vivo em outra dimensão ou vir a reencarnar mais tarde.
He, he... Quanta besteira a gente faz na vida quando está abalado emocionalmente.
Felizmente, a idade da razão chegou para mim e essas coisas do passado foram devidamente assimiladas e racionalizadas.
Numa certa idade a gente se pergunta onde foi que erramos se achamos que fizemos tudo certo.
Agora sei que meu erro foi ter dado ouvidos ao kardecismo, ainda mais que na época eu estava apaixonado por uma garota que me levou certa vez num centro espírita.
Daí, juntando paixão por uma garota e a dor da perda de um sobrinho, a coisa degringolou.
Foi exatamente esse o erro que cometi mas talvez não tenha sido tão errado assim já que através dessa experiência mística consegui compreender a necessidade da religião para a minha mãe para suportar uma vida vazia e sem sentido.
Enfim, mais um erro de minha parte que hoje eu vejo mais como acerto do que como erro, apesar do estrago que fez em minha forma direitista de interpretar o mundo e a sociedade.