Edição de julho de 1968 com histórias nunca republicadas: "O Poder de Podar" de Jack Bradbury - "Ação na Planície Solitária" de Dan Spiegle - "Promessa é Dívida" de Tony Strobl e "Primeiros e Últimos Socorros" de Pete Alvarado.
Mais uma vez parabéns pela excelente qualidade dos scans postados por você neste blog mas não foi para tecer loas ao seu trabalho que eu entrei no seu blog mas sim, para relatar-lhe mais algumas conclusões a que cheguei através da leitura de seus scans.
Já citei neste blog que há 9 anos eu venho buscando um certo auto-conhecimento a fim de desvendar vários mistérios acerca de minha personalidade que me confundiam e me faziam até mesmo eu achar que era meio maluco.
Os gibis foram os principais meios que me levaram a esse auto-conhecimento visto que a resposta às minhas perguntas estavam justamente naquilo que eles mascaravam em meu íntimo, proporcionando-me uma sensação de liberdade mais mental do que física, visto o corpo ser prisioneiro de uma estrutura familiar pouco dada às amenidades da vida e cultuando mais o sofrimento e a dor do que o prazer, já que na opinião de meus familiares, sofrer e aprender a suportar a dor era enrijecer o caráter ou o espírito.
É claro que meus familiares hoje pagam um alto preço por essa visão passada de mundo, mas eu não entendia por que eu me saí muito melhor que eles, mesmo depois dos 40 anos de idade, tendo sempre algum objetivo em mente que enchia minha vida de signifado e prazer de viver.
Eu até achava que tinha sido privilegiado pelos meus pais visto que as diferenças entre eu e meus familiares eram imensas, o que me causava um sentimento enorme de culpa que, de certa forma, me obrigava a sempre me interessar pelos problemas deles tentando resolvê-los, ou seja, me intrometendo na vida deles, como se eu não tivesse meus próprios problemas para resolver.
A leitura dos gibis também resolvia satisfatoriamente minha sensação de solidão, proporcionando-me a impressão de que eu conhecia a fundo a vida dos personagens Disney e, de certa forma, vivia suas vidas na minha vida real.
Eu, há uns 12 anos atrás, quando lia em algum livro sobre a necessidade de nos autoconhecermos para sermos felizes eu achava que através do autoconhecimento eu me tornaria um semideus ou alguém muito poderoso.
Nada mais falso que isso: o autoconhecimento não é nada lisonjeiro para com nosso ego humano pois ele apenas nos dá meios de desencanarmos de nossas necessidades infantis as quais passamos a vida inteira tentando resolver, ora de um jeito, ora de outro jeito, ou seja, ora lendo gibis, ora se apegando exageradamente ao computador, fazendo dela o único sentido para nossas vidas, visto que nos isola de nossos problemas mal resolvidos e até mesmo agravados na infância.
Por esses motivos expostos percebi que hoje preciso valorizar mais as coisas que não gosto como esportes, vida social, relacionamentos com pessoas, etc., visto que minha personalidade foi construída em função de problemas familiares bastante incomuns na sociedade ou pelo menos no meio social em que eu vivia.
É muito fácil quando não se teve muita vida no passado achar que teve porque a fantasia nos proporcionou uma espécie de vida fictícia como no filme Matrix, onde as pessoas acham que tiveram uma vida feliz no passado porque têm lembranças desse passado criadas por um computador, enquanto seus corpos estavam na verdade dormindo.
Por isso, eu acreditava piamente que tive uma infância feliz para depois chegar à conclusão de que na verdade fui encontrando soluções pouco satisfatórias para minhas infelicidades, mas que na época eram toda a minha felicidade e satisfaziam bem as minhas necessidades do momento, pois eu fantasiava que minha vida era igual à dos personagens Disney e pronto: estava tudo resolvido.
Encontrei certa vez um amigo meu do passado que também lia muitos gibis e ele me disse certa vez que já era um analista de sistemas como eu só porque leu um livro sobre o assunto e entendeu tudo que estava nele.
Diante de tal afirmação, resolvi encorajá-lo e propus-lhe que fizesse um programa em linguagem basic no Excel, nada muito difícil.
Ele inventou um pretexto de que estava muito ocupado no momento e nunca mais tocou no assunto.
Esse comportamento desse meu amigo me deixou com a pulga atrás da orelha, pois já o tinha notado em muita gente inteligente e este amigo sempre o considerei inteligente acima da média.
Somente agora fui entender o que ocorria com ele: ele estava frustrado e recorrendo a uma estratégia infantil para lidar com essa frustração, ou seja, acreditava piamente numa coisa e pronto: ela se tornava realidade.
Os gibis tiveram essa função para mim, ou seja, a de me mostrar um mundo de fantasia maravilhoso e fazer a minha mente acreditar que eu vivia nesse mundo.
Essa minha capacidade de crença em minhas fantasias é que me fez lutar por uma vida melhor, não importando para isso o preço que eu tivesse que pagar para alcançar tal objetivo.
O que faltou então para meus familiares foi justamente essa capacidade de crença induzida em mim pelos gibis pois se tudo dava certo para os personagens Disney para mim daria muito mais certo ainda, visto que eu tinha uma empatia muito grande por esses personagens.
Por isso, hoje me surpreendo com as verdades evangélicas, visto que para alcançarmos algo na vida precisamos acima de tudo crer que isso é possível para nós pois se não crermos nisso nem sequer perderemos nosso tempo tentando algo.
He, he... Hoje tenho certeza de que o cristianismo moldou a nossa civilização tal e qual ela é hoje pois se não tivéssemos desenvolvido nossa capacidade de crer no impossível durante séculos, jamais imaginaríamos que um dia teríamos praticamente um cérebro eletrônico a partir da sílica ou areia ou silício.
É realmente impressionante o fato de que a substância mais abundante do planeta seja a matéria-prima de todos os equipamentos eletrônicos que conhecemos hoje.
Como diziam do universo Disney: tudo começou com um ratinho (no caso, o Mickey) e se transformou numa gigantesca indústria de entretenimento e diversão para o mundo inteiro.
Bem... Acho que já falei demais acerca de minhas impressões subjetivas e também de mim mesmo (bem que dizem que depois dos 40 anos a única pessoa que nos interessa somos nós mesmos).
Um grande abraço e continue nos presenteando com seus scans que nos ajudam a reviver e compreender nossas vidas em seus mínimos detalhes.
Gostaria de deixar aqui um link para um excelente trabalho acadêmico em PDF feito pela PUC-RS a respeito da função social da literatura de massa.
O mesmo se refere aos romances cor-de-rosa de Corin Tellado, mas se aplica também, com poucas restrições, ao mercado editorial das revistas em quadrinhos.
Esse trabalho explica como nossos sonhos de consumo foram sendo moldados pela literatura de massa que repercutia em suas fantasias as propagandas e comerciais dos meios de comunicação.
Como exemplo, suponhamos que na infância nunca tenhamos sentido a necessidade de termos uma bicicleta e que, numa determinada história dos sobrinhos do Donald, os mesmos vivam aventuras tendo como móvel da trama uma bicicleta.
Nesse momento nossa mente se enche de fantasias a respeito do que faríamos se tivéssemos uma bicicleta e isso faz com que uma bicicleta torne-se não só um sonho, como também uma obsessão de consumo.
Dessa forma, a literatura de massa foi moldando o mercado consumidor que estava por vir nos anos 90, induzindo na sociedade certas necessidades de consumo não tão necessárias assim.
O link é: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistafamecos/article/view/7541/5406
Luiz Dias:
ResponderExcluirMais uma vez parabéns pela excelente qualidade dos scans postados por você neste blog mas não foi para tecer loas ao seu trabalho que eu entrei no seu blog mas sim, para relatar-lhe mais algumas conclusões a que cheguei através da leitura de seus scans.
Já citei neste blog que há 9 anos eu venho buscando um certo auto-conhecimento a fim de desvendar vários mistérios acerca de minha personalidade que me confundiam e me faziam até mesmo eu achar que era meio maluco.
Os gibis foram os principais meios que me levaram a esse auto-conhecimento visto que a resposta às minhas perguntas estavam justamente naquilo que eles mascaravam em meu íntimo, proporcionando-me uma sensação de liberdade mais mental do que física, visto o corpo ser prisioneiro de uma estrutura familiar pouco dada às amenidades da vida e cultuando mais o sofrimento e a dor do que o prazer, já que na opinião de meus familiares, sofrer e aprender a suportar a dor era enrijecer o caráter ou o espírito.
É claro que meus familiares hoje pagam um alto preço por essa visão passada de mundo, mas eu não entendia por que eu me saí muito melhor que eles, mesmo depois dos 40 anos de idade, tendo sempre algum objetivo em mente que enchia minha vida de signifado e prazer de viver.
Eu até achava que tinha sido privilegiado pelos meus pais visto que as diferenças entre eu e meus familiares eram imensas, o que me causava um sentimento enorme de culpa que, de certa forma, me obrigava a sempre me interessar pelos problemas deles tentando resolvê-los, ou seja, me intrometendo na vida deles, como se eu não tivesse meus próprios problemas para resolver.
A leitura dos gibis também resolvia satisfatoriamente minha sensação de solidão, proporcionando-me a impressão de que eu conhecia a fundo a vida dos personagens Disney e, de certa forma, vivia suas vidas na minha vida real.
Eu, há uns 12 anos atrás, quando lia em algum livro sobre a necessidade de nos autoconhecermos para sermos felizes eu achava que através do autoconhecimento eu me tornaria um semideus ou alguém muito poderoso.
Nada mais falso que isso: o autoconhecimento não é nada lisonjeiro para com nosso ego humano pois ele apenas nos dá meios de desencanarmos de nossas necessidades infantis as quais passamos a vida inteira tentando resolver, ora de um jeito, ora de outro jeito, ou seja, ora lendo gibis, ora se apegando exageradamente ao computador, fazendo dela o único sentido para nossas vidas, visto que nos isola de nossos problemas mal resolvidos e até mesmo agravados na infância.
Por esses motivos expostos percebi que hoje preciso valorizar mais as coisas que não gosto como esportes, vida social, relacionamentos com pessoas, etc., visto que minha personalidade foi construída em função de problemas familiares bastante incomuns na sociedade ou pelo menos no meio social em que eu vivia.
É muito fácil quando não se teve muita vida no passado achar que teve porque a fantasia nos proporcionou uma espécie de vida fictícia como no filme Matrix, onde as pessoas acham que tiveram uma vida feliz no passado porque têm lembranças desse passado criadas por um computador, enquanto seus corpos estavam na verdade dormindo.
Por isso, eu acreditava piamente que tive uma infância feliz para depois chegar à conclusão de que na verdade fui encontrando soluções pouco satisfatórias para minhas infelicidades, mas que na época eram toda a minha felicidade e satisfaziam bem as minhas necessidades do momento, pois eu fantasiava que minha vida era igual à dos personagens Disney e pronto: estava tudo resolvido.
Encontrei certa vez um amigo meu do passado que também lia muitos gibis e ele me disse certa vez que já era um analista de sistemas como eu só porque leu um livro sobre o assunto e entendeu tudo que estava nele.
Diante de tal afirmação, resolvi encorajá-lo e propus-lhe que fizesse um programa em linguagem basic no Excel, nada muito difícil.
Ele inventou um pretexto de que estava muito ocupado no momento e nunca mais tocou no assunto.
Continua...
Continuação:
ResponderExcluirEsse comportamento desse meu amigo me deixou com a pulga atrás da orelha, pois já o tinha notado em muita gente inteligente e este amigo sempre o considerei inteligente acima da média.
Somente agora fui entender o que ocorria com ele: ele estava frustrado e recorrendo a uma estratégia infantil para lidar com essa frustração, ou seja, acreditava piamente numa coisa e pronto: ela se tornava realidade.
Os gibis tiveram essa função para mim, ou seja, a de me mostrar um mundo de fantasia maravilhoso e fazer a minha mente acreditar que eu vivia nesse mundo.
Essa minha capacidade de crença em minhas fantasias é que me fez lutar por uma vida melhor, não importando para isso o preço que eu tivesse que pagar para alcançar tal objetivo.
O que faltou então para meus familiares foi justamente essa capacidade de crença induzida em mim pelos gibis pois se tudo dava certo para os personagens Disney para mim daria muito mais certo ainda, visto que eu tinha uma empatia muito grande por esses personagens.
Por isso, hoje me surpreendo com as verdades evangélicas, visto que para alcançarmos algo na vida precisamos acima de tudo crer que isso é possível para nós pois se não crermos nisso nem sequer perderemos nosso tempo tentando algo.
He, he... Hoje tenho certeza de que o cristianismo moldou a nossa civilização tal e qual ela é hoje pois se não tivéssemos desenvolvido nossa capacidade de crer no impossível durante séculos, jamais imaginaríamos que um dia teríamos praticamente um cérebro eletrônico a partir da sílica ou areia ou silício.
É realmente impressionante o fato de que a substância mais abundante do planeta seja a matéria-prima de todos os equipamentos eletrônicos que conhecemos hoje.
Como diziam do universo Disney: tudo começou com um ratinho (no caso, o Mickey) e se transformou numa gigantesca indústria de entretenimento e diversão para o mundo inteiro.
Bem... Acho que já falei demais acerca de minhas impressões subjetivas e também de mim mesmo (bem que dizem que depois dos 40 anos a única pessoa que nos interessa somos nós mesmos).
Um grande abraço e continue nos presenteando com seus scans que nos ajudam a reviver e compreender nossas vidas em seus mínimos detalhes.
Luiz Dias:
ResponderExcluirGostaria de deixar aqui um link para um excelente trabalho acadêmico em PDF feito pela PUC-RS a respeito da função social da literatura de massa.
O mesmo se refere aos romances cor-de-rosa de Corin Tellado, mas se aplica também, com poucas restrições, ao mercado editorial das revistas em quadrinhos.
Esse trabalho explica como nossos sonhos de consumo foram sendo moldados pela literatura de massa que repercutia em suas fantasias as propagandas e comerciais dos meios de comunicação.
Como exemplo, suponhamos que na infância nunca tenhamos sentido a necessidade de termos uma bicicleta e que, numa determinada história dos sobrinhos do Donald, os mesmos vivam aventuras tendo como móvel da trama uma bicicleta.
Nesse momento nossa mente se enche de fantasias a respeito do que faríamos se tivéssemos uma bicicleta e isso faz com que uma bicicleta torne-se não só um sonho, como também uma obsessão de consumo.
Dessa forma, a literatura de massa foi moldando o mercado consumidor que estava por vir nos anos 90, induzindo na sociedade certas necessidades de consumo não tão necessárias assim.
O link é: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistafamecos/article/view/7541/5406
Abraços.