Edição de setembro de 1968 com as histórias nunca republicadas: "Cara ou Coroa" e "Esquilos Sim, Cobaias Não" de Jim Fletcher e "Ursadas Primaveris" de Phil DeLara.
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| Scan: Esquiloscans / Tratamento: Rod Gibi |
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| Scan: Esquiloscans / Tratamento: Rod Gibi |
Luiz Dias:
ResponderExcluirA coisa mais interessante sobre a verdade é que ela não é um produto final que se alcança num único golpe de sorte.
Muitas vezes é necessário viver-se uma vida inteira para descobri-la e isso se a pessoa tiver a devida coragem ou encorajamento para persegui-la.
Refiro-me, é claro, ao fato de a literatura infantil de Walt Disney não ter sido a melhor solução para as minhas necessidades infantis, mas por falta de outra coisa, tornou-se a única solução.
É claro que as demais opções seriam bem mais funestas do que aquela apresentada pela literatura Disney como a religiosa naquela época.
A solução religiosa de minha mãe não era nem um pouco divertida e, por isso, nunca me serviu apesar de aparentemente ter servido aos meus irmãos e irmãs que, de certa forma, encontraram algo de bom nessa solução durante algum tempo de suas vidas, mesmo que a tenham abandonado posteriormente.
No meu caso, para a religião eu estava irremediavelmente perdido pois a literatura Disney me fascinou a tal ponto que as fantasias religiosas de minha mãe não me contaminaram nem um pouco ou se contaminaram não me ofereceram grandes vantagens para eu prosseguir nelas.
Dessa forma, consegui acreditar que a felicidade era algo desse mundo e não de outro mundo como queriam religiosamente me convencer, e eu sempre atribuí à religião a causa dos males de minha família.
De posse agora das necessidades que os gibis mascaravam em mim estou agora dando à essas necessidades uma satisfação mais efetiva, ou seja, solidão se combate procurando pessoas e participando de atividades sociais, esportivas ou simplesmente em grupo ou equipe e não lendo gibis, ou seja, regredindo às minhas soluções infantis não tão eficientes assim.
Por este motivo, nesta sexta-feira fui a um futebol society com os colegas de trabalho e foi a primeira vez que realmente me diverti com futebol, não jogando, é claro, mas só assistindo e tirando barato dos meus colegas jogando.
Pretendo agora investir cada vez mais em esportes tais como futebol e possivelmente ainda vou assistir jogos nos estádios.
Como eu disse em outras postagens: eu só precisava descobrir o que estava mascarado em mim através da atividade de ler gibis para perceber que essa atividade não foi suficientemente eficaz para me proporcionar satisfação pela vida inteira mas sim, apenas num curto período de minha vida que foi a infância.
He, he... Colocando as coisas racionalmente dessa forma parece que muita gente achará que sou um perfeito idiota ou ignorante.
Nada mais falso do que isso pois aprendemos a viver com as pessoas ao nosso redor: pais, irmãos, irmãs, vizinhos e vizinhas.
Se estas pessoas nos sacaneiam desde a nossa mais tenra idade, teremos futuramente muito trabalho para anular essa influência social e familiar em nossa personalidade a fim de nos darmos uma vida mais satisfatória de acordo com nossas necessidades íntimas mais pungentes.
Por isso, não tiro o mérito de quem vê o gibi hoje como um objeto de culto e adoração por toda a vida, visto que realmente foi o gibi que salvou a minha vida de ser mais medíocre do que já foi e ainda é em alguns aspectos.
Por outro lado, também me dou o devido valor e às outras pessoas também que já conseguiram superar essa necessidade do gibi em suas vidas.
Acreditem: é como uma droga. A gente tem que buscar fundo em nossa psique o que nos leva a ler gibis mesmo que suas histórias já não tenham o mesmo impacto sobre nós como antigamente.
Foi por esse motivo que tive que encetar essa busca pela verdade: a droga para mim já não produzia mais o efeito desejado ou esperado.
He, he... Desculpem-me pela comparação um tanto grossa acerca de algo tão inocente e sublime como o gibi mas pelo menos para mim teve essa conotação.
Abraços.