22.6.13

DISNEY ESPECIAL 47 - PATÓPOLIS

Scan e Tratamento: Quadrinhos Kids

LINK MEDIAFIRE PARA DOWNLOAD

5 comentários:

  1. O CHUTINOSACO tem nos surpreendido de uma semana pra cá. Está ESPETACULAR!!! Parabéns a todos que colaboram pelas excelentes postagens. Obrigado.

    ResponderExcluir
  2. Luiz Dias:


    Faço minhas as palavras do Carlos no comentário anterior.

    Apesar de eu achar que as racionalizações que faço tiram o encanto das histórias de Walt Disney, eu não resisto à tentação de expor minhas observações relativas às mudanças que vem ocorrendo comigo nestes últimos tempos.

    Como já havia dito anteriormente, comecei nos últimos meses a investir em cursos de Eletrônica por correspondência, na montagem de um laboratório doméstico de eletrônica, numa estação de rádio amador PX, enfim, estas atividades estão tomando bastante de meu tempo ultimamente aos finais de semana e também à noite quando chego do trabalho e não vejo a hora de ligar meu rádio.

    Bem... Afinal, aonde eu quero chegar com tudo isso?

    Quero chegar à conclusão de que tudo isso que faço hoje como hobby nada mais é do que os meus tão sonhados brinquedos que desejei na infância, inspirado nas histórias em quadrinhos Disney.

    Sempre quis brincar de inventor como o professor Pardal e não pude, ou pelo menos não como eu queria.

    Sempre quis brincar de Tio Patinhas tendo algo que me despertasse a mesma paixão que o dinheiro despertava nele. A minha coleção de selos despertou isso em mim.

    Sempre quis ser sábio como o professor Ludovico ou inteligente como o Gilberto, sobrinho do Pateta.

    Hoje, considero-me sabedor de tudo aquilo que eu precisava saber para me sentir como um professor Ludovico e inteligente o suficiente para eu me sentir como um Gilberto, sobrinho do Pateta.

    É claro que à medida em que eu vou me realizando nesses sonhos e fantasias infantis alguns desses sonhos e fantasias vão sendo deixados de lado e outros vão surgindo.

    O meu lado Tio Patinhas, por exemplo, já desapareceu pois a filatelia deixou de ser interessante para mim, se bem que colecionar e manusear selos me proporcionava as mesmas emoções que o acúmulo de dinheiro proporciona ao Tio Patinhas.

    É incrível como hoje fica fácil decifrar a personalidade do Tio Patinhas: ele é um mero colecionador de dinheiro e as emoções por ele demonstrava nada mais são do que a de um colecionador diante de um objeto raro para sua coleção.

    Creio que Carl Barks se inspirou no colecionismo para dar ao Tio Patinhas uma personalidade menos avarenta e antipática que aquela do personagem original em que ele se inspirou, do qual esqueci-me o nome.

    No caso do Mickey, um grande aventureiro, a aventura fica por conta de estabelecer contatos no rádio amador, o que no fundo é um simulacro de aventura, visto estarmos conversando com pessoas que nem conhecemos e fazendo amizades, o que por si só já é uma aventura.

    No fundo, no fundo, o nosso fanatismo atual pelas histórias Disney se deve, principalmente, às emoções que sentíamos ao lermos as revistas em quadrinhos na infância, emoções estas que não conseguimos reproduzir na vida adulta, por não encontrarmos atividades correspondentes ou equivalentes àquelas de nossos tão amados personagens Disney.

    ResponderExcluir
  3. Finalizando o comentário, gostaria de colocar aqui que quanto mais eu me realizo emocionalmente, imitando de alguma forma os personagens Disney, cada vez mais eu vou perdendo o interesse pelas histórias Disney, por acha-las, digamos, menos interessantes que a realidade que estou vivendo atualmente.

    Nosso cérebro, talvez por defeito ou por necessidade de tornar nossas vidas interessantes de alguma forma, força-nos a buscar nas revistas em quadrinhos de nossa infância, modos de pensar, modos de sentir, modos de agir, enfim, muito de nossos modos atuais foram inspirados nas revistas em quadrinhos e, por isso, como disse acima, nosso cérebro força-nos a buscar nas revistas em quadrinhos uma certa continuidade para esses modos adquiridos.

    A melhor maneira de lidarmos com essa característica de nossos cérebros é procurando realizar aquelas fantasias fomentadas pela quadrinologia Disney em nós, através de atividades que nos proporcionem aquelas emoções que os personagens Disney demonstram sentir.

    Aprendi uma coisa com o estudo da inveja e a observação dela em mim mesmo: não invejamos as coisas que os outros tem e sim, as emoções que os outros demonstram sentir diante das coisas que possuem.


    Pensamos que estamos invejando a coisa que o outro possui e depois compramo-la e não sentimo-nos satisfeitos.

    Isso se dá porque no fundo estávamos invejando o sentimento da pessoa e não exatamente o objeto que lhe provocava este sentimento.

    Oras, o que nos faz fãs dos personagens Disney até hoje? He, he...

    Justamente a inveja que sentíamos das emoções que eles demonstravam sentir diante de suas aventuras e posses.

    Por isso, realizando-nos emocionalmente através de atividades correlatas àquelas de nossos amados ou invejados personagens Disney, vamos nos proporcionando aquelas emoções tão buscadas até hoje pelo nosso cérebro que não sabe reproduzi-las em nosso universo adulto.

    Eu, por exemplo, através das atividades que citei anteriormente fui me proporcionando as mesmas emoções e, com isso, fui perdendo aquela inveja que sentia dos personagens Disney pois comecei a achar meus sentimentos e emoções superiores até mesmo aos deles diante das coisas que faço hoje para me divertir.

    Por exemplo, hoje, através do PX consegui falar com um rádio amador de Rondônia e este me respondeu.

    Isso é uma façanha, visto eu estar modulando em ondas curtas e me enche de orgulho e satisfação, como se fosse uma aventura bem-sucedida do Mickey que eu vivi.

    Depois, quando vou ler uma história do Mickey acabo achando-a sem graça porque o fato de eu ter modulado via ondas-curtas com Rondônia é superior à qualquer aventura do Mickey, ao menos para mim.

    Continua...

    ResponderExcluir
  4. Enfim, acredito que nós que lemos gibis na infância não vivemos tanto assim a vida como gostaríamos de tê-la vivido.

    Daí a necessidade de enchermos nosso cérebro infantil de fantasias para substituir a vida que não podíamos viver.

    Dessa forma, depois dos 40 anos de idade, essas fantasias retornam em nosso íntimo, exigindo de nós uma forma de realização que nos escapa à compreensão racional.

    Por isso, voltamos a ler gibis a fim de satisfazer essa necessidade pungente em nós, apesar de sentirmos que já não é mais a mesma coisa que era em nossa infância mas é a única maneira, muitas vezes, de satisfazermos em nós essa necessidade.

    Dessa forma, creio que eu até tive sorte pois as revistas em quadrinhos me proporcionavam desejos de imitar os personagens nem que fosse brincando de inventor, de milionário, etc... usando-me da fantasia para ver numa simples pedra um diamante ou num pedaço de pau com dois braços de madeira pregados um robô.

    Dessa forma, creio que meu cérebro foi aprendendo a não se satisfazer somente com a fantasia mas sim, procurar dar-lhe um significado concreto e real que pudesse ser reproduzido de alguma forma sem a necessidade de ler-se um gibi.

    É isso que noto em mim: não preciso mais ler um gibi para sentir as emoções que eu inveja nos personagens Disney.

    Para mim, agora, basta-me apenas falar no meu rádio amador, brincar com meu laboratório de Eletrônica, olhar meus álbuns filatélicos apreciando-os e sentindo emoções muito próximas às do Tio Patinhas frente ao seu depósito de dinheiro, enfim, fui, aos poucos me distanciando da fantasia e me satisfazendo cada vez mais com minha vida real.

    Eu acho tudo isso impressionante como modelo explicativo dos porquês de nós gostarmos tanto de revistas em quadrinhos mas garanto que tudo que aqui posto é experiência pessoal minha em minha ávida busca de respostas.

    Abraços.

    ResponderExcluir
  5. Somente para concluir o meu raciocínio elaborado acima, gostaria de salientar que nossas dores infantis nunca de fato passaram.

    O gibi substituía em nós alguma atividade que não podíamos praticar e, por isso, realizávamos através da fantasia elaborada pelos gibis.

    Como, depois dos 40 anos, passamos a sentir aquelas mesmas necessidades não resolvidas para as quais não conseguimos elaborar alguma atividade que as aliviasse de outra maneira a não ser lendo gibis, concluo que a única forma dessas necessidades passarem em nós é imitando de alguma forma os personagens Disney e sentindo-nos como eles demonstram sentir diante das aventuras vividas por eles.

    Um exemplo da pungência dessas necessidades infantis é quando estávamos doidos para jogar bola com a garotada da rua e nossos pais nos proibiam disso.

    Daí ficávamos ansiosos e com aquela necessidade reprimida em nós e, quando líamos um gibi, nos aliviávamos dessa necessidade, visto que, de certa forma, o gibi nos convidava a viver na imaginação algo até mesmo superior a simplesmente jogar bola com os demais garotos.

    Essa substituição de uma necessidade que requeria uma determinada atividade para ser satisfeita por uma experiência fantasiosa fomentada pela leitura de gibis, encheu-nos, de certa forma, de um certo desprezo pela forma como as demais pessoas satisfaziam estas mesmas necessidades em si.

    É por esse motivo que notei e me conscientizei não só em mim mesmo mas também em muitos outros colegas que liam gibis um certo orgulho eu tal de se achar diferente dos outros e até mesmo superior.

    Isso se deu porque as maneiras que os outros garotos tinham de satisfazerem suas necessidades como jogar bola, por exemplo, nos foi vedada, obrigando-nos a substituir essa forma de satisfação por uma fantasia e um desejo diferente, ou seja, ao invés de desejarmos jogar bola passamos a desejar inventar algo como o professor Pardal que deslumbraria as demais pessoas.

    Depois de adultos, percebemos, por exemplo, que a nossa inteligência vale menos que jogar futebol, por exemplo, e passamos a nos questionar se valeu a pena termos trocado na infância alhos por bugalhos.

    É exatamente isso que nos causa aquela sensação terrível de frustração.

    Acreditávamos que nossos pais estavam certos em nos proibir de muitas coisas para depois ficarmos nos questionando se valeu ou não a pena.

    Eu digo que valeu a pena pois a culpa não foi nossa.

    Tínhamos duas opções: sobrevivíamos ou morríamos de tédio com a vida que nos era imposta.

    Se não morremos de tédio e estamos vivos então valeu a pena, oras.

    É claro que no fundo, no fundo, eu gostaria de gostar de futebol mas infelizmente não foi dessa maneira fácil que aprendi a satisfazer minhas necessidades.

    Por isso, hoje, tudo que eu tenho na vida para fazer é realizar minhas fantasias infantis e me permitir crescer com elas, deixando de lado as revistas em quadrinhos, não por que eu não goste mais delas e sim, porque não preciso mais delas para me proporcionarem aquilo que minhas atividades atuais já me proporcionam sobejamente.

    ResponderExcluir

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...