17.10.12

ALMANAQUE DISNEY 08

O destaque nesta edição de janeiro de 1972 é "O Ártico Selvagem", de Jesse Marsh - Série "Maravilhas da Natureza". 
Scan e Tratamento: Vargas do Gremio

5 comentários:

  1. Luiz Dias:

    Como eu já disse em um de meus comentários anteriores, a leitura ou releitura dessas revistas antigas tem sobre nós um efeito catársico pois vias neurais desenvolvidas em função dessas revistas e que não encontraram solução de continuidade em nosso cérebro são reativadas e resolvidas, causando-nos no presente uma grande alegria.

    Talvez poucos já tenham lido sobre as recentes descobertas da neurologia sobre o funcionamento do nosso cérebro mas a alegria, o prazer e outras coisitas agradáveis que sentimos são premiações de nosso cérebro diante do fato de estarmos agindo no nosso melhor.

    Por exemplo, li num livro que as atividades físicas induzem nosso cérebro a produzir endorfina que nos deixa felizes e de bem com a vida, com vontade de continuarmos com as atividades fisicas até a exaustão.

    Já constatei isso uma vez em que caminhei por mais de 10 km.

    Os primeiros 8 km foram penosos mas a partir do oitavo quilômetro senti algo tomando conta de mim como se eu tivesse ficado elétrico e não queria mais parar de andar.

    Enquanto andava refleti sobre o assunto e relembrei-me do que havia lido sobre a endorfina.

    Como no passado eu não tinha muita liberdade para brincar e praticar esportes não associei as minhas sensações de alegria com a prática de atividades físicas mas sim, com os estudos e, principalmente, com a leitura de revistas em quadrinhos.

    Já as atividades físicas eu desprezava e até as achava coisa de quem não tinha o que fazer. É claro que eu estava enganado pois quem é que já não viu um mendigo ou catador de lixo reciclável feliz? Eles são felizes não porque a sociedade os vê com bons olhos e sim, porque a atividade física constante que eles praticam induzem seus cérebros a liberar em suas correntes sanguíneas doses generosas de endofina.

    Daí muitos pobres nessas condições, vendo os trabalhadores de cara fechada crêem-se mais felizes que estes e não estão de todo errados.

    O que esses pobres não sabem é que as atividades intelectuais também fornecem prazer ao indivíduo.

    Muita gente que leu gibi na infância sente saudade da mesma pois acha que era mais feliz e não sabia.

    Oras, essa saudade e essa impressão de que éramos felizes na infância e não sabíamos se deve justamente à interrupção dessas vias neurais que construímos em nosso cérebro em função da leitura de gibis e não lhe demos continuidade.

    Daí, essas vias neurais interrompidas "fazem" pressão para se integrarem à via neural principal, responsável pela formação de nosso ego, causando-nos sensações de desgôsto com a vida, frustração, fracasso, etc.

    Reler, portanto, esses gibis antigos tem um efeito terapêutico sobre nós já adultos.

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  2. O Almanaque Disney sempre foi uma revista mais mais interessantes e ecléticas da Disney, uma pena que tenham deixado de publica-la. Felizmente existem vocês para manterem vivo seu legado e disponibiliza-lo para nós. Muito obrigado!

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  3. Estava lendo o comentário do João Labrego e concordo plenamente.

    De fato, a infância em primeiro lugar e a adolescência são as duas melhores fases da vida. Essas estórias em quadrinhos fizeram parte dessas fases da nossa vida.

    O mais interessante é a influência que a criatividade dessas estórias fazem no nosso cérebro infantil. Elas nos tornaram criativos também. Lembro que inventava minhas próprias brincadeiras impulsionado pelos quadrinhos e olha que nos anos 60/70 não tínhamos besteróis na TV como hoje, que gastam o tempo das crianças.

    Outro fator importante era a prática da leitura natural, que nos fazia aprender a difícil língua portuguesa que de tempos em tempos sofre mudanças em sua gramática. Raramente um exímio leitor de quadrinhos erra no português.

    Outra revista que contribuía para a criatividade infantil era a Recreio, aquela que vinha com uma página central com papel mais grosso com um brinquedo (carros, casas, cidade, posto de combustível, etc) para recortar e montar. Andei procurando scans dessas revistas, mas não encontrei.

    Parabéns ao autor e colaboradores deste blog por nos fazer ter o prazer de voltarmos às fases de ouro de nossas vidas!

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  4. Os primeiros Almanaques foram primorosos e saudosos.
    Os li e releio a cada vez que posso. São maravilhosa lembranças de tempos idos, mas não são para mim uma época cheia de recortes. Ainda lembro de cada história e desde os seis anos ( e nem sabia ler uma palavrinha...) as admiro e ADORO, sempre e forever!
    POr favor reeditem TODAS!
    Tenho 50 anos e ainda me apaixono por tais quadrinhos! Tenho uma coleção IMENSA delas e quero dividir com muita gente. E HQs de todo gênero é a minha maior predileção desde menino e vou gostar de cada uma até o fim da vida, podem apostar!!!

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  5. Não, não foi uma época cheia de "recortes" ( erro meu, desculpem-me) e sim uma época não MUITO recordável por causa da ditadura nos meios de comunicação e muita coisa que eu queria ler era censurada, rasgada e perdida. Somente a minha infância alienada ( apesar de não ter sabido de tudo que ocorresse... ) dava alento e paixão para a leitura LIVRE e sem patrulhamento. As revistinhas e as tiras de jornal me davam a sensação de que o mundo era MAIOR e mais Amável.que o patriotismo efêmero e idiota das autoridades retrógradas de então. E eram outros tempos e minha alegria eram o circo, o jardim botânico, o tivoli da Lagoa, os livros de meu pai e as revistas Disney da Abril!
    A saudade se cura quando releio os Almanaques e os Patinhas de minha predileção maior. Ai, como aprendi coisa, ai, ai, ai...

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