Rod Gibi continua nos ajudando a completar o ano de 1970 com esta edição do mês de maio. O desenhista Jack Manning fêz: "O Mistério da Caixa Preta". Histórias nunca republicadas: "Era Praga Demais" de Tony Strobl - "Alegrias da Infância Canina" de Al Hubbard - "Era Só o Que Faltava" de John Carey e "Dom Para Achar Encrencas" de Jack Bradbury.
Na época do regime militar éramos muito bem educados pelas escolas públicas a fim de termos na leitura e nas demais atividades intelectuais como matemática, física, química, etc. as nossas principais fontes de entretenimento.
Não pensem que matemática para nós era visto como um martírio.
Muito pelo contrário, víamos a matemática como um inimigo a ser vencido e não um obstáculo ao nosso crescimento intelectual e moral na vida.
Por esse motivo, não desprezávamos os estudantes considerados CDF's, pois nóa os admirávamos e queríamos ser como eles.
Vocês, talvez, não fazem idéia hoje do que na época significava a angústia em nós de repetirmos de ano.
Ninguém queria repetir de ano pois, sem o percebermos, éramos incentivados a sempre seguir em frente, como naquelas músicas que cantávamos quando ainda estávamos no ensino primário: primeiro ano, cabeça de pano, segundo ano, etc... (não me lembro os demais versos mas no quarto ano era toca piano).
Enfim, se repetíssemos de ano, a angústia tomava conta de nós e por isso, todos, em conjunto, procuravam obedecer aos seus pais e aos professores a fim de terem mais chances de passar de ano e com louvor.
Hoje, podemos dizer que essas técnicas do passado de promoção do indivíduo foram demonizadas pela esquerda política e militante.
Quer queiram ou quer não queiram acreditar, a exacerbação de nossas sensações de fracasso, ainda em tenra idade, nos ajudavam a desenvolver ant-corpos para combatê-las, o que nos ajudava a tornarmo-nos homens maduros e responsáveis já na idade de 21 anos.
É claro que o fato de chegarmos aos 21 anos de idade e vermos muita gente que sem ser como a gente acabava se dando bem, nos humilhava mas no fundo, acreditávamos que essas pessoas se sairam melhor porque ou tinha famílias melhores ou porque estudaram mais que a gente e mereciam ocupar os cargos que ocupavam.
Oras, a ideologia nos gibis que líamos pregavam esse tipo de situação, ou seja, o Tio Patinhas era milionário mas dependia dos parentes pobres para lhe dar o poder que tanto ansiava.
O Gastão era um puta dum cara sortudo mas sempre em confronto direto com o seu azarado primo Donald.
He, he... Os gibis nos ensinaram muito e vocês nem sabem disso: ensinaram-nos que só somos ricos se nos compararmos com os outros, ou seja, se houver algum pobre para nos compararmos e só temos sorte se nos compararmos com algum azarado.
Poxa! Não parece isso papo de comunista?
Claro que parece! Todo comunista prega que o pobre só existe porque existe o rico.
Oras, para acabarmos com a pobreza então devemos destruir o rico.
He, he. Se os comunistas pregassem realmente a igualdade, ou seja, todo mundo ser rico, eu até apostaria neles.
He, he... Mais uma grande obra do universo Disney.
Sei que não é muito legal a gente rememorar nosso passado infantil cheio de sonhos de conquistas, vitórias e glórias mas, diante da disponibilidade de recursos que temos hoje, é até um atraso de vida não rememorarmos nosso passado infantil, suas dores, suas alegrias e, principalmente, seus desencantos.
Meu pai sempre dizia que para aquilo que não tem remédio, remediado está.
Oras, hoje estamos tendo a oportunidade única na história humana neste planeta de remediarmos nossas dores e transmitirmos aos nossos filhos a imagem de um homem feliz e realizado.
Acreditem ou não, a Informática nos proporcionou tudo isso e muitas coisas que até fiquei doente no passado por não ter assistido na TV, hoje vou no YouTube e assisto, já com outra consciência e outra mentalidade mas com a mesma emoção e lágrimas de 20 ou 30 anos atrás.
Temos sim que valorizar a sobrevivência mesmo que o preço a se pagar seja nossa eterna infelicidade ou frustração mas, graças a homens como o Bill Gates e Steve Jobs (acho que são esses os nomes) nossa infância e nossas frustrações hoje podem ser resolvidas através de um único eletrodoméstico: o computador.
Eu, que sempre fui um eterno fã do seriado "Perdidos no Espaço" em que o robô era o melhor amigo daquele garotinho de 12 anos de idade chamado Will Robinson, posso lhes dizer sobre a soberania e importância de nossas fantasias infantis nas escolhas que fazemos depois de adultos.
Muitos de nós não sabemos porque nos demos bem na vida mas esquecemo-nos de agradecer aos nossos heróis da infância, sejam eles reais ou imaginários.
Acreditem ou não mas o próprio fato de usarmos computador hoje se deve muito mais aos nossos heróis imaginários do que aos reais.
É por esse motivo que sentimos uma certa frustração quando nossos próprios amigos de infância não compartilham de nossos gostos atualmente.
Nunca pensei que minhas impressões pessoais pudessem ser tão comuns aos demais brasileiros.
Agradeço muito a você, inclusive pela homenagem que me prestou em seu blog, o fato de você ter me aberto os olhos para essa realidade subjetiva que habita dentro de nós sem que dela tenhamos consciência.
Passei a vida inteira achando que minhas impressões subjetivas sobre os quadrinhos fossem únicas e particulares de minha experiência de vida e, hoje, surpreendo-me sobremaneira ao constatar que tais experiências e conclusões são comuns a muito mais gente além de mim, ao contrário do que eu imaginava.
Se existe em nossas vidas um tempo bom esse tempo bom foi nossa infância e os conteúdos nela assimiliados.
Não sei dizer se o que estão ensinando para nossas crianças hoje é bom ou mau.
O que sei dizer é que, ao menos para mim, o meu tempo foi o melhor de todos.
Mais uma coisa que eu gostaria de passar para aqueles que nos lêem, inclusive você, é que a vida é realmente chata e sem graça.
O que torna a nossa vida de homem civilizado, emocionante e, de alguma forma, fantástica, é as aventuras que vivemos através da leitura e da cinematografia.
De resto, não há tanta coisa assim para vivermos num mundo civilizado a não ser a constante busca de melhores formas de satisfazermos nossas necessidades de entretenimento.
Oras, comprei um PSP (Play Station Portable) e depois de alguns anos, enjoei-me dele como vídeo-game.
Descobri, então, que através dele poderia ouvir as eternas músicas do Rei Roberto Carlos e passei a usá-lo como um media-player de MP3.
Depois de mais alguns anos descobri que poderia usá-lo para assistir aos filmes e seriados que eu regularmente baixava da Internet, desde que devidamente convertidos para MP4.
Depois de me enjoar desse uso do PSP como um cinema portátil, deixei-o de lado na gaveta por muito tempo.
Quando descobri que havia gibis digitais e que os poderia ler através desse PSP que há muito tempo estava guardado e empoeirado na gaveta, o mesmo passou a fazer parte de minha vida quase que cotidianamente.
Não consigo mais sair de casa sem esse PSP e ele é como se fosse o robô da personagem Will Robinson do seriado "Perdidos no Espaço".
Enfim, hoje sinto totalmente compensado pela dura vida que vivi no passado, visto que meu PSP materializou o sonho de ter um herói constantemente a me prestar socorro nos momentos de tédio e falta de sentido na vida.
Nele eu leio livros e gibis, assisto filmes e seriados, vivencio os jogos dos video-games do passado na forma de emuladores, enfim, minhas fantasias do passado não encontram mais obstáculos para se realizarem instantaneamente a partir do momento em que são desejadas.
Vivo hoje, uma vida muito parecida com aquela do Aladin e sua lâmpada mágica.
Basta-me esfregar meu PSP e todas as minhas fantasias são realizadas instantaneamente.
Uma das coisas que eu não consigo entender é por que hoje, parece-me, que existem mais pessoas infelizes do que antigamente.
A única resposta que me vem à mente é de que esssa pessoas atuais não sofreram o que nós sofremos para verem na simples posse de um PSP toda a felicidade que desejaram em suas infâncias.
Senhor Luiz Dias e demais seguidores desse blog:
ResponderExcluirNa época do regime militar éramos muito bem educados pelas escolas públicas a fim de termos na leitura e nas demais atividades intelectuais como matemática, física, química, etc. as nossas principais fontes de entretenimento.
Não pensem que matemática para nós era visto como um martírio.
Muito pelo contrário, víamos a matemática como um inimigo a ser vencido e não um obstáculo ao nosso crescimento intelectual e moral na vida.
Por esse motivo, não desprezávamos os estudantes considerados CDF's, pois nóa os admirávamos e queríamos ser como eles.
Vocês, talvez, não fazem idéia hoje do que na época significava a angústia em nós de repetirmos de ano.
Ninguém queria repetir de ano pois, sem o percebermos, éramos incentivados a sempre seguir em frente, como naquelas músicas que cantávamos quando ainda estávamos no ensino primário: primeiro ano, cabeça de pano, segundo ano, etc... (não me lembro os demais versos mas no quarto ano era toca piano).
Enfim, se repetíssemos de ano, a angústia tomava conta de nós e por isso, todos, em conjunto, procuravam obedecer aos seus pais e aos professores a fim de terem mais chances de passar de ano e com louvor.
Hoje, podemos dizer que essas técnicas do passado de promoção do indivíduo foram demonizadas pela esquerda política e militante.
Quer queiram ou quer não queiram acreditar, a exacerbação de nossas sensações de fracasso, ainda em tenra idade, nos ajudavam a desenvolver ant-corpos para combatê-las, o que nos ajudava a tornarmo-nos homens maduros e responsáveis já na idade de 21 anos.
É claro que o fato de chegarmos aos 21 anos de idade e vermos muita gente que sem ser como a gente acabava se dando bem, nos humilhava mas no fundo, acreditávamos que essas pessoas se sairam melhor porque ou tinha famílias melhores ou porque estudaram mais que a gente e mereciam ocupar os cargos que ocupavam.
Oras, a ideologia nos gibis que líamos pregavam esse tipo de situação, ou seja, o Tio Patinhas era milionário mas dependia dos parentes pobres para lhe dar o poder que tanto ansiava.
O Gastão era um puta dum cara sortudo mas sempre em confronto direto com o seu azarado primo Donald.
He, he... Os gibis nos ensinaram muito e vocês nem sabem disso: ensinaram-nos que só somos ricos se nos compararmos com os outros, ou seja, se houver algum pobre para nos compararmos e só temos sorte se nos compararmos com algum azarado.
Poxa! Não parece isso papo de comunista?
Claro que parece! Todo comunista prega que o pobre só existe porque existe o rico.
Oras, para acabarmos com a pobreza então devemos destruir o rico.
He, he. Se os comunistas pregassem realmente a igualdade, ou seja, todo mundo ser rico, eu até apostaria neles.
He, he... Mais uma grande obra do universo Disney.
ResponderExcluirSei que não é muito legal a gente rememorar nosso passado infantil cheio de sonhos de conquistas, vitórias e glórias mas, diante da disponibilidade de recursos que temos hoje, é até um atraso de vida não rememorarmos nosso passado infantil, suas dores, suas alegrias e, principalmente, seus desencantos.
Meu pai sempre dizia que para aquilo que não tem remédio, remediado está.
Oras, hoje estamos tendo a oportunidade única na história humana neste planeta de remediarmos nossas dores e transmitirmos aos nossos filhos a imagem de um homem feliz e realizado.
Acreditem ou não, a Informática nos proporcionou tudo isso e muitas coisas que até fiquei doente no passado por não ter assistido na TV, hoje vou no YouTube e assisto, já com outra consciência e outra mentalidade mas com a mesma emoção e lágrimas de 20 ou 30 anos atrás.
Temos sim que valorizar a sobrevivência mesmo que o preço a se pagar seja nossa eterna infelicidade ou frustração mas, graças a homens como o Bill Gates e Steve Jobs (acho que são esses os nomes) nossa infância e nossas frustrações hoje podem ser resolvidas através de um único eletrodoméstico: o computador.
Eu, que sempre fui um eterno fã do seriado "Perdidos no Espaço" em que o robô era o melhor amigo daquele garotinho de 12 anos de idade chamado Will Robinson, posso lhes dizer sobre a soberania e importância de nossas fantasias infantis nas escolhas que fazemos depois de adultos.
Muitos de nós não sabemos porque nos demos bem na vida mas esquecemo-nos de agradecer aos nossos heróis da infância, sejam eles reais ou imaginários.
Acreditem ou não mas o próprio fato de usarmos computador hoje se deve muito mais aos nossos heróis imaginários do que aos reais.
É por esse motivo que sentimos uma certa frustração quando nossos próprios amigos de infância não compartilham de nossos gostos atualmente.
Prezado Luis Dias:
ResponderExcluirNunca pensei que minhas impressões pessoais pudessem ser tão comuns aos demais brasileiros.
Agradeço muito a você, inclusive pela homenagem que me prestou em seu blog, o fato de você ter me aberto os olhos para essa realidade subjetiva que habita dentro de nós sem que dela tenhamos consciência.
Passei a vida inteira achando que minhas impressões subjetivas sobre os quadrinhos fossem únicas e particulares de minha experiência de vida e, hoje, surpreendo-me sobremaneira ao constatar que tais experiências e conclusões são comuns a muito mais gente além de mim, ao contrário do que eu imaginava.
Se existe em nossas vidas um tempo bom esse tempo bom foi nossa infância e os conteúdos nela assimiliados.
Não sei dizer se o que estão ensinando para nossas crianças hoje é bom ou mau.
O que sei dizer é que, ao menos para mim, o meu tempo foi o melhor de todos.
Caro Luis Dias:
ResponderExcluirMais uma coisa que eu gostaria de passar para aqueles que nos lêem, inclusive você, é que a vida é realmente chata e sem graça.
O que torna a nossa vida de homem civilizado, emocionante e, de alguma forma, fantástica, é as aventuras que vivemos através da leitura e da cinematografia.
De resto, não há tanta coisa assim para vivermos num mundo civilizado a não ser a constante busca de melhores formas de satisfazermos nossas necessidades de entretenimento.
Oras, comprei um PSP (Play Station Portable) e depois de alguns anos, enjoei-me dele como vídeo-game.
Descobri, então, que através dele poderia ouvir as eternas músicas do Rei Roberto Carlos e passei a usá-lo como um media-player de MP3.
Depois de mais alguns anos descobri que poderia usá-lo para assistir aos filmes e seriados que eu regularmente baixava da Internet, desde que devidamente convertidos para MP4.
Depois de me enjoar desse uso do PSP como um cinema portátil, deixei-o de lado na gaveta por muito tempo.
Quando descobri que havia gibis digitais e que os poderia ler através desse PSP que há muito tempo estava guardado e empoeirado na gaveta, o mesmo passou a fazer parte de minha vida quase que cotidianamente.
Não consigo mais sair de casa sem esse PSP e ele é como se fosse o robô da personagem Will Robinson do seriado "Perdidos no Espaço".
Enfim, hoje sinto totalmente compensado pela dura vida que vivi no passado, visto que meu PSP materializou o sonho de ter um herói constantemente a me prestar socorro nos momentos de tédio e falta de sentido na vida.
Nele eu leio livros e gibis, assisto filmes e seriados, vivencio os jogos dos video-games do passado na forma de emuladores, enfim, minhas fantasias do passado não encontram mais obstáculos para se realizarem instantaneamente a partir do momento em que são desejadas.
Vivo hoje, uma vida muito parecida com aquela do Aladin e sua lâmpada mágica.
Basta-me esfregar meu PSP e todas as minhas fantasias são realizadas instantaneamente.
Uma das coisas que eu não consigo entender é por que hoje, parece-me, que existem mais pessoas infelizes do que antigamente.
A única resposta que me vem à mente é de que esssa pessoas atuais não sofreram o que nós sofremos para verem na simples posse de um PSP toda a felicidade que desejaram em suas infâncias.